resenha

O Último dos Canalhas – Loretta Chase

4 fev 2016
Informações

o último dos canalhas

loretta chase

arqueiro

série scoundrels #4

304 páginas | 2015

3.75

Design 3.5

História 4

O devasso Vere Mallory, duque de Ainswood, está pronto para sua próxima conquista e já escolheu o alvo: a jornalista Lydia Grenville. Só que desta vez, além de seduzir uma bela mulher, ele deseja também se vingar dela.

Ao se envolver numa discussão numa taverna, Vere foi nocauteado por Lydia e se tornou alvo de chacota de toda a sociedade. Agora ele quer dar o troco manchando a reputação da moça.

Mas Lydia não está interessada em romance, principalmente com um homem pervertido feito Mallory. Em seus artigos, ela ataca nobres insensatos como ele, a quem considera a principal causa dos problemas sociais.

Nesse duelo de vontades, Vere e Lydia se esforçam para provocar a derrota mais humilhante ao mesmo tempo que lutam contra a atração que o adversário lhe desperta. E, nessa divertida batalha de sedução e malícia, resta saber quem será o primeiro a ceder à tentação.

design

Se você não considerar os livros NA que a Arqueiro já lançou, acredito que este é o primeiro romance de época que conta com um cavalheiro na capa. E eu me peguei pensando: “mas será que não deveriam ser todas assim?”.

Respeitando (MUITO) as proporções aqui, ok, mas os homens (héteros) não comprar playboys porque tem outros homens na capa. O que eu quero dizer é, os principais focos nos livros de época são o romance e o personagem masculino que vai conquistar a dama da história. A maioria das leitoras se derrete pelo carinha, não pela mocinha.

Talvez faça mais sentido colocar casais ou homens bonitos na capa do que jovens donzelas com os vestidos abertos ou em poses sonhadora/lânguidas. Vai ver que é por isso que os livros de banca já fazem as capas desse jeito certo há mais tempo. ¯\_(ツ)_/¯

Gosto bem mais dessa capa do que da dO Príncipe dos Canalhas. Gosto do padrão cromático mais sóbrio e escuro; da foto do jovem em trajes formais de época, principalmente porque tenho uma dificuldade enorme de imaginar as roupas dos carinhas. Sempre imagino terno e gravata como a roupa de dia a dia…

Acho que o azul escolhido para o título quase se perde em algumas áreas de sobreposição da imagem, mas gostei que mantiveram a mesma fonte do volume anterior, criando uma unidade entre os livros.

Também acho bastante feminino a “renda” que colocaram no topo da capa e em toda a quarta-capa, para ilustrar o fundo. Não sei se realmente é um padrão utilizado na época em que se passa o livro, mas não vamos ser exigentes e “monóculo”, não é mesmo?

feel-like-a-sir

Só acho que o azul do fundo da quarta-capa poderia ser o mesmo aplicado no título do livro, ou vice e versa. Gosto mais quando as coisas são harmonizadas e unificadas.

De resto, miolo simples, correto e padrão da Arqueiro.


história

Provavelmente eu posso mudar de opinião no próximo romance de época que ler mas Loretta Chase é minha autora favorita do gênero.

Mais do que uma história e um romance, ela constrói personagens tridimensionais, que crescem ao longo do livro. E mais do que um romance, ela cria subplots e personagens secundários que alimentam e fortificam a história principal.

Depois de Jessica Trent em O Príncipe dos Canalhas, achei que não encontraria outra personagem de época feminina tão forte e cheia de personalidade. Lydia não chega a ser uma feminista, mas tem a força e a impetuosidade de uma. Jornalista e escritora de um romance (do qual não se orgulha) em uma revista de Londres, ela quer proteger as crianças e jovens moças que sempre correm o risco de cair nas garras de cafetinas.

Achei que ia ter problemas com Vere. Mesmo relevando a questão de que “estamos” no século 19, o cara é machista para caramba, desmerecendo as mulheres e afirmando que elas só servem para uma coisa: abrir as pernas. Acredito que é uma forma de a autora dar algum tipo de redenção ao personagem, fazê-lo perceber que ele tem ideias e conceitos meio burros, como diria Caetano.

caetano veloso burro

Assim, o personagem melhora ao longo da história, mas ele sempre se vê como o responsável por salvar Lydia do perigo em que ela se expõem. Lydia pelo menos consegue ser independente e inteligente o suficiente ao longo da história.

Acredito que acima de nossas convicções existe alguma coisa que nos atrai para certas pessoas do sexo oposto (ou do mesmo, dependendo das suas preferências). Acho que muitas vezes não conseguimos “lutar” contra a “química”. E foi isso que aconteceu entre Vere e Lydia. Química. Só que se Vere não estivesse disposto a mudar e respeitar Lydia, ou a jovem a aceitar a “canalhice” de Vere, não existiria química que mantivesse o relacionamento.

O bom do livro também foi ver a amizade de Lydia com Tamsin. Não existe competição pelo macho entre elas. As duas simplesmente se gostam e se respeitam. Tamsin quer ajudar no que pode e Lydia quer cuidar da jovem. Bonito ver duas mulheres que se permitem ser simplesmente amigas.

Sobre a questão dos subplots ao longo do livro, além de resolver o romance de Vere e Lydia, temos a luta da jovem contra uma cafetina assassina, a fuga de duas adolescentes da família de Vere, a redenção do jovem duque, tudo entremeado ao longo da história. Isso faz com que o livro tenha dinâmica e não fique centrado em dois personagens e em uma trama fechada.

Espero muito que a Arqueiro traga outros livros da autora. Porque sei que, invariavelmente, vou me divertir com a leitura.


Até a próxima! o/

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