resenha

Confissões de Inverno – Brendan Kiely

3 fev 2016
Informações

confissões de inverno

brendan kiely

arqueiro

série ---

224 páginas | 2015

2

Design 2

História 2

À medida que sua família se desintegra, Aidan Donovan, um adolescente de 16 anos, procura consolo em estimulantes químicos, no estoque de bebidas do pai e nas atenções do padre Greg, o único adulto que realmente o escuta.

O Natal chega e seu mundo entra em colapso quando ele reconhece o lado obscuro do afeto que o padre Greg lhe dedica. Enquanto tenta dar sentido à própria vida, Aidan conta com o apoio de um grupo de amigos desajustados: Josie, a garota por quem se apaixona; a rebelde e espontânea Sophie; e Mark, o carismático capitão da equipe de natação.

Confissões de inverno mostra as formas pelas quais o amor pode ser usado como uma arma contra a inocência – mas também pode, nas mãos certas, restaurar a esperança e até a fé.

O corajoso romance de estreia de Brendan Kiely expõe o mal que os segredos mais profundos que guardamos podem causar e prova que a verdade liberta e abre caminho para o amor.

design

Já pode começar a fazer a lista de piores capas do ano? Por enquanto, Confissões de Inverno já tem um lugar garantido. Tudo bem que nem é culpa da Arqueiro, já que é uma adaptação da arte original… mas mesmo assim. ¯\_(ツ)_/¯

Eu não entendi a capa, sério. Antes fosse uma capa literal, sabem? Daquelas que é só uma paisagem “de inverno”, “de verão”, “em uma praia”, “no outono”, e coisas assim. Aqui temos vários elementos que separados poderiam ser alguma coisa, mas juntos só ficam confusos.

Temos a silhueta de um rapaz para simbolizar Aidan. Um fundo branco para lembrar do inverno gelado e da neve. Uns desenhos que me remetem a vitrais de igreja. E o vermelho no título, que sempre tem uma conotação de emoções fortes.

Também não entendi por que estão faltando pedaços nas letras da palavra Confissões. Seriam os pedaços da alma torturada de Aidan? Precisaria de muita interpretação para realmente captar algum sentido na arte.

O clima da capa continua na quarta-capa: inverno com vitral e vermelho. Para não dizer que não tem mais nada, de acabamento especial temos verniz localizado no vitral e no título.

O que destoou de todo o resto foi a lombada que não conversa com o projeto gráfico. Ficou parecendo aquelas artes de livros de suspense policial, com tarjas pretas e tons de vermelho para criar uma atmosfera tensa à primeira vista. Gratuito e não combinou.

De resto, o miolo é o padrão da Arqueiro, simples e correto. Sem novidades por aqui.


história

Sabem aquele livro que é tão denso e tão envolvido em temas polêmicos que o que você mais quer é “esquecer” que leu e não escrever nada sobre ele?

mamilos são polêmicos

Pois bem, Confissões de Inverno é um desses livros para mim. Eu não quero escrever sobre ele. Eu não gostei muito dele, por conta de todos os assuntos que são jogados para o leitor ao longo da história. Não gostei de Aidan e não consegui sentir empatia ou ainda entender toda a revolta que o garoto tem.

Provavelmente pode ser culpa da pouca contextualização do personagem no começo do livro, ou da quase nenhuma construção do background da vida dele. Aidan é um drogado, bêbado, quase delinquente, attention whore, introspectivo (por mais contraditório que isso possa parecer). Tem pais ricos e ausentes, é forçado a ajudar nas festas que a mãe costuma oferecer em casa e a única pessoa com quem se importa é a empregada da família.

Ele acaba fazendo amizade com três outros adolescentes, filhos de famílias que tem contato com seus pais, e divide seu vício em drogas e bebidas com eles. Mas Aidan tem um segredo com o padre Greg, da paróquia onde ajuda a angariar fundos para a construção de escolas.

Até aí tudo bem, tem tudo na sinopse. Você já tem a expectativa que a relação entre Aidan é o padre é doente e pedófila. Mas não estava preparada para como o autor conduz as situações. Eu não consegui entender se Aidan passa de conivente para abusado, porque ele não parecia se incomodar no início e procurava pelo padre. Estão entendendo como é complicado falar desse livro?

É entrar em uma ceara sobre assuntos que eu não domino, que só geram reações não muito agradáveis quando são expostos ou tratados da forma que Brendan Kiely fez no livro, e as decisões que ele definiu para Aidan, em todos os momentos de seu desenvolvimento, são “erradas” (pelo menos parecem para mim). Talvez seja essa a intenção. Um livro para incomodar e chocar e mostrar como NÃO fazer, quais decisões NÃO tomar, se você experimentar as mesmas situações em sua vida.

Para vocês terem uma ideia dos assuntos que ele trata ao longo do livro: pedofilia, religião, abusos (sexuais, de bebidas alcoólicas, de drogas), traição, estupro, suicídio, problemas com os pais…

Então, né. Apesar de ter lido o livro até o fim, eu estava esperando pelo momento de redenção de Aidan ou de pelo menos algum tipo de evolução, mas ele não veio! NÃO VEIO! Vocês me perdoam se eu não for adiante na resenha? T^T Não é um livro que eu recomendaria a leitura se você quer se sentir bem e feliz, não tem nada disso aqui. Vale como informação sobre assuntos polêmicos e tem um fundo histórico sobre o escândalo que aconteceu em Boston em 2002, quando padres católicos foram acusados e condenados por pedofilia. Você pode ler algumas matérias sobre o assunto aqui e aqui.

Pronto, chega.


Até a próxima! o/

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