resenha

O Predador – Tess Gerritsen

6 jan 2016
Informações

o predador

tess geritsen

record

série rizzoli & isles #11

368 páginas | 2015

3.75

Design 2.5

História 5

A isca mais irresistível para um predador é a única sobrevivente do seu ataque Um grupo de turistas desembarca em Botsuana para um safári, sem imaginar que entre eles há um assassino cruel, um predador que, ao fim de uma semana, transforma uma aventura na selva em um pesadelo. O que ele não sabe é que, nessa caçada humana, uma de suas presas consegue escapar. Seis anos depois, um homem é pendurado e eviscerado em sua própria casa em Boston. A descoberta de um esqueleto enterrado em um quintal em outra parte da cidade faz com que a detetive Jane Rizzoli e a patologista Maura Isles desconfiem de que as duas mortes estejam relacionadas e de que o assassino vem cometendo seus crimes há anos. Todos os indícios apontam que a solução do caso está na África, e Jane precisa convencer a única sobrevivente do massacre a enfrentar a morte mais uma vez.

Design

Acho que essa foi uma das capas mais decepcionantes dos livros que li da Record em 2015. Fui dar uma olhada nos outros livros da Tess Gerritsen lançados até agora e todas elas são meio genéricas/abstratas, então existe certa identidade, mas podia ser tão mais interessante.

Uma das coisas que são descritas no livro é que as vítimas são deixadas presas de cabeça para baixo. Acho que se a imagem do rosto vermelho tivesse sido colocada invertida, já criava um vínculo muito mais palpável com a história. Pode parecer uma coisa muito boba ou simples, mas são exatamente essas, as coisas que achamos básicas que às vezes fazem toda a diferença.

Outro elemento que podia ser explorado é a questão dos felinos de grande porte que são envolvidos na história. Usar marcas de garras para criar mais um foco além do rosto vermelho, ou que mostrasse o rosto ia ser bem-vindo também.

De resto eu curto o lettering “trajan” e em caixa alta do título e nome da autora. Os dois tem praticamente o mesmo peso na capa, principalmente por conta a aplicação de hotstamping vermelho no nome da Tess Gerritsen, que diminuiu um pouco seu valor, e o título em branco “grita” em uma capa com cores tão fechadas.

O miolo é o de sempre da Record. Mancha gráfica dançante, fonte pesada, entrelinha um pouco apertada… Uma coisa que me chamou a atenção também é que fazia tempo que eu não lia um livro com papel branco/off-set. Acho até que combina com o projeto gráfico, mais do que o papel amarelado, mas ainda acho um pouco incômodo de ler por conta da “reflexibilidade” do branco.


História

Esse é o 11º livro da série Rizzoli & Isles, e é o primeiro que eu leio de Tess Gerritsen. Há muitos anos eu quero conhecer a autora, mas sabem como é… prioridades. Vampiros brilhantes (feliz ou infelizmente) costumavam ser minha primeira opção de leitura ao invés de um bom thriller policial. :P

Só que agora eu PRE-CI-SO de todos os 10 livros anteriores da série da dupla de detetive de homicídios, Jane Rizzoli (com sobrenome que parece macarrão), e patologista, Maura Isles, da polícia de Boston. Vocês não estão entendendo o quão divertida foi a leitura de O Predador, e nem sei se vou conseguir passar a real sensação que tive lendo.

A história na verdade é dividida entre uma assassinato em Boston que as duas estão investigando e a viagem para África feita por uma terceira personagem. Nos capítulos de Rizzoli & Isles a narração é toda feita em terceira pessoa. Por outro lado, nos que Millie está na Botsuana contando o terror de um safári, é tudo em primeira pessoa, colocando o leitor envolvido de uma forma muito mais pessoal no sofrimento da personagem.

Da forma como Gerritsen constrói a história parece que são dois livros que correm em paralelo, a investigação e o passado de Millie. Mas quando ela envolve todas as personagens você percebe como é natural e totalmente aceitável, um dos desdobramentos plausíveis da condução da trama.

Achei que um caso que envolvesse animais selvagens pudesse parecer meio boboca, mas o terror de você ter um felino gigante te caçando e você não ter como se defender é assustador. Ainda mais se o “felino” na verdade é um psicopata que ninguém tinha identificado até ele matar os dois personagens no começo do livro.

Gostei muito de conhecer Jane e Maura, ver mulheres de verdade em posições que provavelmente são vistas como intrinsecamente masculinas, mas se provando como totalmente eficientes e trabalhando de igual com os homens. Sendo respeitadas por alguns, destratadas por outros (ai, que detetive insuportáaaavel era o Crowe!), mas em nenhum momento perdendo a compostura ou se deixando ser desvalorizadas.

E elas são amigas, são parceiras, não estão competindo pelo mesmo homem, não estão tentando passar por cima uma da outra, não estão fazendo slut shame. Elas sabem que se dão bem, se preocupam uma com a outra e dividem (o que podem e querem) de suas vidas pessoais. Isso é um refresco entre tantos YA e NA onde as meninas só brigam e se humilham e competem… u.u

Maura Isles me lembrou de uma outra patologista famosa, a dhyva Dana Scully de Arquivo X. Apesar de Maura parecer um pouco mais fria e deslocada socialmente do que Scully, a forma como ela é dedicada e intuitiva me fizeram associar com a ruiva mais importante da TV. <3

Dana Scully

Se você assim como eu acabou de chegar na série, não se preocupe. Apesar de haver comentários sobre situações de livros anteriores nada é feito de forma a deixar o leitor se sentindo perdido. E o caso é conduzido ao longo do livro inteiro, então não existem pontas soltas de outros momentos.

Sobre a história em si, eu fiquei receosa que não desse tempo de concluir a investigação do assassinato, ou que ficasse muito corrido no final para jogar uma explicação na cara do leitor. Afinal, boa parte da história é acompanhando Millie seis anos atrás, e seu safári desgraçado na África. E, apesar de saber quem era o real assassino, eu não consegui descobrir de verdade a forma como ele fez tudo o que fez, e a explicação dada pelas policiais, o processo de encaixar cada uma das peças do quebra-cabeça para conduzir ao final, foi uma boa surpresa.

O estilo da Tess Gerritsen é muito gostoso de acompanhar. É ágil e dinâmico, contemporâneo e envolvente, a autora consegue colocar piadinhas ao longo de uma situação meio tensa. Você nem percebe as páginas passado de tão envolvido com a trama e ela conduz as cenas de uma forma que não precisa ser descritiva, mas que ao mesmo tempo faz tudo para você entender o contexto e a ambientação.

Apesar de não ser necessário, eu fiquei curiosa para entender como Millie sobreviveu sozinha por duas semanas na selva do delta do Okavango, com leões, tigres, leopardos e todos os seres selvagens pensando que ela era o lanche da tarde.


Até a próxima! o/

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4 Comentários

  • Responder Priscila 22 fev 2019 at 20:32

    Comecei como você, li o Clube Mefisto primeiro que é o sexto livro envolvendo Jane e Maura. Fiquei totalmente OBCECADA por ele e depois disso pela própria Tess. Procurei a cronologia e comecei a ler a série do começo, adorei um livro ser independente do outro, mas lê-los em ordem tem um gosto a mais.
    Outro livro ótimo da autora é Jardim de Ossos que não faz parte da série Rizzoli/Isles

    • Responder Samara Maima 6 mar 2019 at 21:40

      Obrigada pela dica, Priscila! Vou procurar Jardim de Ossos pra colocar na minha lista de compra. o/

  • Responder Juliane 11 maio 2016 at 17:21

    Sou super fan da Tess, O Cirurgião, que é o primeiro da série Rizzoli & Isles, é o único que destoa da narrativa dos outros, mas os demais são ótimos …os meus favoritos são: Duble de corpo (quarto), Desaparecidas (quinto), Relíquias (sétimo) e Gélido (oitavo)….. Ela sempre surpreende….

    • Responder Samara Maima 12 maio 2016 at 15:51

      Oi Juliane! Obrigada pelas sugestões. Vou colocar esses logo na minha lista de futuras compras. ^.~

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