resenha

Como Treinar o Seu Dragão – Cressida Cowell

18 jan 2016
Informações

como treinar o seu dragão

cressida cowell

intrínseca

série como treinar o seu dragão #1

224 páginas | 2010

4.75

Design 5

História 4.5

Soluço Spantosicus Strondus III foi um extraordinário herói viking. Chefe guerreiro, mestre no combate com espadas, era conhecido por todo o território viking como “O encantador de dragões”, devido ao poder que exercia sobre as terríveis feras. Mas nem sempre foi assim…
Neste livro estão as memórias da época em que Soluço era apenas um garoto normal. Muito normal. Nem um pouco heroico. Ele precisava desesperadamente capturar e treinar um dragão, e teria de ser o animal mais impressionante de todos. Mas tudo o que conseguiu foi uma criaturinha pequena e banguela, nada ameaçadora. Foi então que seu destino de herói começou a ser traçado.

Inteiramente ilustrado, com muita ação e o tipo de humor que arranca gargalhadas até dos mais carrancudos, Como treinar o seu dragão é o primeiro livro de uma série que é sucesso mundial, escrita e ilustrada pela inglesa Cressida Cowell, autora premiada de obras infantis e infanto-juvenis.

Design

Vamos falar de mais um projeto gráfico impecável da Intrínseca?! Começando, obviamente, com a capa que tem uma ilustração infantil e envolvente além de um título “desenhado” com uma fonte estilizada para parecer a caligrafia de Soluço (muito provavelmente). A arte mistura elementos vikings com a estética e aparência de um livro feito à mão e já gasto pelo uso, com desenhos de costuras e marcas de garras.

Fiz questão de comprar a edição com a arte “original” e não o poster do filme. Por mais que Soluço seja “gateneo”, eu não curto muito quando as editoras lançam essas capas especiais de filme, apesar de entender a ação. De qualquer forma, a minha edição tem uma chamada para alertar que foi o livro que inspirou o filme homônimo. A quarta capa mantém o mesmo ar de ilustrações e tem também um papiro apoiado sobre o “couro” do livro.

É uma pena que não exista uma marcação de volume na lombada, a série é bem extensa fica difícil de organizar os livros na estante. Na verdade, eu acho bem confuso de descobrir qual é a ordem de leitura, sempre tenho que recorrer ao Goodreads para ter uma ideia de qual é o próximo livro.

O miolo de Como Treinar o Seu Dragão é um deleite visual. *-* Recheado de ilustrações extremamente infantis,  tem aquela cara de “desenho de menino”, e parece ter sido feito em grafite ou carvão. A mancha gráfica envolve os desenhos em uma fonte “grande” e parece ser desse jeito por ser um projeto voltado para crianças, de certa forma facilitando a leitura. As aberturas de capítulo e palavras em destaque ao longo do texto estão na mesma fonte que é utilizada no nome da autora na capa, meio rabiscada e que dá realmente a sensação de “grito” ou algum tipo de interjeição.

O projeto não possui cabeçalho mas acredito que foi uma escolha para possibilitar um melhor aproveitamento da área da página. A mancha ocupa agradavelmente as folhas e tem margens balanceadas. A fonte que marca os números das páginas também é divertida, porque é desnivelada e tem um certo peso no rodapé centralizado.


História

Desde que vi o filme Como Treinar o seu Dragão e descobri que ele era baseado em uma série de livros fiquei com vontade de ler (na verdade, de ter TODOS :P). Gostei tanto do filme que queria conhecer a história original que serviu de inspiração para a Dreamworks.

Estava decidida a comprar os livros na Bienal de 2015, se desse a louca na Intrínseca de novo e tivesse os livros a menos de R$10. Mas tive um imprevisto com uma compra no Ponto Frio e acabei ficando com um vale. Então aproveitei para comprar os dois primeiros volumes de Trono de Vidro e o que sobrou do vale deu certinho para comprar Como Treinar o seu Dragão (falei sobre isso neste post de aquisições). Afinal, se você pensar bem, era melhor eu comprar o primeiro da série antes da Bienal, para não correr o risco de ficar com um monte de livros que eu não gostei parados lá em casa, não é? ^.~

Preciso dizer que livro e filme não tem nada a ver um com o outro a não ser os personagens e a ambientação viking. É como se o filme tivesse pegado Soluço e companhia, envelhecido todos os personagens, e acrescentado duas meninas para poder atingir todos os públicos.

O livro conta a história de Soluço, o filho de 10 anos do chefe da vila viking de Berk. Todos os meninos da vila precisam pegar um filhote de dragão para treinar e provar que são verdadeiros vikings da cidade. Os que falharem em pegar um dragão serão exilados. Os que falharem em treinar adequadamente seu dragão até o dia de Thor, serão exilados. Ou seja, Soluço tem muitos desafios à frente.

Como treinar o seu dragão

O menino quer se provar um herói, principalmente por ser filho do chefe e por ter um rival que representa tudo o que um verdadeiro futuro viking deveria ser. Só que Soluço é desajeitado, nem um pouco heroico e uma das menores crianças do grupo que vai pegar os filhotes de dragão. Pior que ele, só Olho-de-Peixe que consegue duplicar os “defeitos” de Soluço.

A diferença principal entre ele e seus rivais, é que Soluço se preocupa com os outros e realmente se interessa pelos dragões que habitam a ilha de Berk. Enquanto todos só gritam com seus dragões, Soluço consegue se comunicar com eles. E isso é de extrema importância para tentar domar Banguela, o dragão que o menino conseguiu capturar de última hora.

Como treinar o seu dragão

Inflexível, difícil e temperamental, Banguela também é o menor dragão do grupo de Soluço e, assim como um gato, é bastante individualista e não dá muita atenção ao seu “dono”. Banguela é responsável por momentos bem engraçados ao longo da história, e também por outros enfuriantes. Mas os dois juntos, invariavelmente se tornam uma dupla quando precisam ser os heróis que vão salvar não só Berk, mas também toda a cultura e civilização viking.

Eu me diverti bastante lendo Como Treinar o seu Dragão. É um livro bem infantil, com uma história simples e direta, recheada de ilustrações ao longo das páginas que ajudam a dar e alimentar o clima. Quando meu sobrinho estiver mais velho, muito provavelmente oferecerei primeiro a série de Cressida Cowel para ele antes de introduzi-lo no maravilhoso mundo de Percy Jackson ou Harry Potter.

Só uma coisa me deixou triste ao longo da leitura. Fora a mãe de Soluço não existem mulheres representadas na história. Astrid e a Cabeçaquente não aparecem neste livro, não sei se nos seguintes elas vão existir, mas é frustrante para um menina não encontrar uma forma de se sentir inserida na história. Pelo menos para uma menina grande como eu. :P Só por isso que tirei meio ponto da nota final. Só não sei se uma “menina-criança” sentiria o mesmo incômodo ou se ela só curtira a ideia de ter um Banguela e seria feliz. =)


Até a próxima! o/

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