resenha

Todos os nossos ontens – Cristin Terrill

11 dez 2015
Informações

todos os nossos ontens

cristin terril

novo conceito

série ---

352 páginas | 2015

2.75

Design 2.5

História 3

O que um governo poderia fazer se pudesse viajar no tempo? Quem ele poderia destruir antes mesmo que houvesse alguém que se rebelasse? Quais alianças poderiam ser quebradas antes mesmo de acontecerem?

Em um futuro não tão distante, a vida como a conhecemos se foi, juntamente com nossa liberdade. Bombas estão sendo lançadas por agências administradas pelo governo para que a nação perceba quão fraca é. As pessoas não podem viajar, não podem nem mesmo atravessar a rua sem serem questionadas. O que causou isso? Algo que nunca deveria ter sido tratado com irresponsabilidade: o tempo. O tempo não é linear, nem algo que continua a funcionar. Ele tem leis, e se você quebrá-las, ele apagará você; o tempo em que estava continuará a seguir em frente, como se você nunca tivesse existido e tudo vai acontecer de novo, a menos que você interfira e tente mudá-lo…

Design

Assim, dessa vez a Novo Conceito não tem culpa. Eles simplesmente adaptaram a arte original do livro. Mas se eu fizesse um top5 capas horrendas de 2015, Todos os Nossos Ontens com certeza figuraria entre os selecionados. Essa capa é muito feia. MUITO feia. Estou até agora tentando contextualizar os elementos com a história. Prédios, um céu nublado, paralelepípedos, e um relógio com numeradores em romanos… Vish.

Vish

Além disso, acho que o peso da fonte em caixa alta ficou muito leve, poderia ter um corpo mais denso, e não entendi o porque de aumentar o tracking (o espaçamento entre as letras) de “todos os”. Ficou estranho quando acompanhado do resto do título. E efeito metalizado com degradê no photoshop em 2015 não sei se rola mais, viu…

A quarta-capa é um espelho da capa sem o relógio, porque ninguém merece que ele apareça de novo, com a sinopse em uma fonte serifada bonitinha, mas que não é a mesma do miolo. Ela forma uns bloquinhos de palavras bem densos e compactos, mas tem o desenho individual das letras bem bonito.

Às vezes o miolo compensa a decepção da capa, mas não temos nada yuhuu ou inovador no projeto do livro. Ele está correto em todos os itens. Tem cabeçalho com nome da autora/título do livro, na mesma fonte do nome da autora da capa. Tem uma boa mancha na página, com margens equilibradas. Uma fonte legível, com um tamanho um tanto grande, mas uma boa entrelinha.

As aberturas de capítulo não tem nada diferenciado, mas existem marcação do nome do PoV de cada parte, com uma fonte que se propõe ser feminina e caligráfica, mas pessoalmente não gostei da escolha da família.


História

Sei lá. Não sei bem se eu gostei ou não do livro. Fui em uma empolgação para a leitura porque algumas resenhistas que eu gosto e acompanho no Goodreads deram 4 ou 5 estrelas para Todos os Nossos Ontens, e elas “não podem estar erradas”, não é?

Só que alguma coisa não funcionou para mim na história. Não acho que tenha sido o tema do livro. Escrever sobre viagens no tempo é uma tarefa difícil. A quantidade de pontas soltas, erros de continuidade e de lógica de “espaço/tempo” que podem ficar se a história não for bem construída e pensada é enorme. Pode destruir todo o embasamento e pilares do livro. Mas nesse quesito eu até consegui gostar da forma como Cristin Terril desenvolveu sua narrativa.

Acho que teve um ou outro momento que fiquei confusa, porque, se os personagens de alguma forma alteram os acontecimentos no passado, a linha temporal deles não deveria imediatamente deixar de existir? Provavelmente as escolhas e decisões dos personagens mudaram o futuro… Se bem que em De volta para o futuro, Marty demora para começar a desaparecer… #confusa

Mas acho que meu problema foi com o ritmo e com os personagens, principalmente Marina. Não consegui gostar da menina, de nenhuma de suas versões, nem da jovem nem a do futuro. James é outro personagem do triângulo que me deixava incomodada com sua pré-loucura e frieza. Ele já parecia manipulador e maniqueísta desde o começo do livro, além de ter problemiiiinhas. De todos o que mais se salva é Finn que é fofinho, dedicado e aquele amigo presente, mas tenho a impressão que ele não teve o espaço que talvez merecesse.

A questão do ritmo é que a autora alonga demais o drama e o mistério de qual foi a zica que deu no futuro, e porque os personagens estão tentando voltar e consertar o passado. O relacionamento entre Marina e James também é cansativo e meio besta, a menina sendo muito carente e opressiva em seu “gostar” do carinha.

Overly Attached Girlfriend

Fiquei boa parte do livro querendo saber sobre o futuro, do que deu ruim, e a autora só comenta por alto no terço final da história. Que, aliás, passa a ter uma velocidade vertiginosa, para poder concluir todas as questões. Só que o final mesmo eu achei confuso, não consegui entender como ele aconteceu se tudo pelo que os personagens do futuro lutaram para garantir tinha sido mudado… A lógica não fez sentido para mim.

Acho que senti falta de uma construção melhor do mundinho do futuro, ou do mundinho como um todo. Ele meio que se resume a: descrições da cela de prisão onde os personagens do futuro estão presos; “vish, o futuro deu ruim e a culpa é sua”; e comentários de fugas, esconderijos e torturas.

Outra coisa que me incomodou um pouco foi a falta de repercussão das ações que os personagens do futuro no presente, e a falta de interação com outros personagens que fugissem do núcleo do trio principal, sejam do presente ou do futuro. A questão de conspiração e envolvimento do governo também achei muito en passant. No fim das contas é mais uma luta contra o tempo para mais uma tentativa de impedir um futuro ruim, mostrando mas sem explicar, como um personagem é “mau mau como um pica-pau”.

Não lembro de ter lido livros com viagens no tempo como tema principal, mas filmes são mais acessíveis, né? Nada supera De Volta para o Futuro e o mais recente No Limite do Amanhã. E eu não consegui sentir a empolgação que eu tive com esses filmes enquanto lia Todos os Nossos Ontens… Não achei revolucionário, ele quase não me prendeu, acho difícil de engolir adolescentes de 16 anos em um mundo “comum” sendo os responsáveis por salvar tudo, e fiquei com aquela sensação de “whaaaaat?!” no final.

Limite do Amanhã - Tom Cruise

É… escrevi e escrevi e ainda assim, não sei. Acho que o veredito acaba sendo que eu não gostei de Marina e vou colocar toda a culpa nela pela nota mediana do livro.

E não, não vou comentar nada da história, porque não quero estragar a experiência de ninguém de ir juntando as peças (relativamente tranquilas) entre os personagens do presente e do futuro.


Até a próxima! o/

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