resenha

O Despertar do Príncipe – Colleen Houck

9 nov 2015
Informações

o despertar do príncipe

colleen houck

arqueiro

série os deuses do egito #1

384 páginas | 2015

4

Design 4

História 4

Aos 17 anos, Liliana Young tem uma vida aparentemente invejável. Ela mora em um luxuoso hotel de Nova York com os pais ricos e bem-sucedidos, só usa roupas de grife, recebe uma generosa mesada e tem liberdade para explorar a cidade.

Mas para isso ela precisa seguir algumas regras: só tirar notas altas no colégio, apresentar-se adequadamente nas festas com os pais e fazer amizade apenas com quem eles aprovarem.

Um dia, na seção egípcia do Metropolitan Museum of Art, Lily está pensando numa maneira de convencer os pais a deixá-la escolher a própria carreira, quando uma figura espantosa cruza o seu caminho: uma múmia — na verdade, um príncipe egípcio com poderes divinos que acaba de despertar de um sono de mil anos.

A partir daí, a vida solitária e super-regrada de Lily sofre uma reviravolta. Uma força irresistível a leva a seguir o príncipe Amon até o lendário Vale dos Reis, no Egito, em busca dos outros dois irmãos adormecidos, numa luta contra o tempo para realizar a cerimônia que é a última esperança para salvar a humanidade do maligno deus Seth.

Em O despertar do príncipe, Colleen Houck apresenta uma narrativa inteligente, cheia de humor e ironia. Este é o primeiro volume da aguardada série Deuses do Egito, uma aventura fascinante que vai nos transportar para cenários extraordinários e nos apresentar a criaturas fantásticas da rica mitologia egípcia.

Design

Achei muito legal a ideia da editora de manter o mesmo estilo de finalização com estilo metalizado na arte que já tinha sido utilizado na série anterior da autora. A ilustração é bastante chamativa, com esse olho de Hórus enorme no centro de vários grafismos notoriamente egípcios. Achei interessante a fonte em caixa alta para praticamente todos os elementos da capa, e a utilização de uma mesma família tipográfica para as três áreas mais importantes: título, nome da autora e da série.

Sempre me incomoda a necessidade de explicar para o leitor quais outras séries o autor já escreveu, principalmente quando essa informação ganha peso demais. Aqui a editora soube equilibrar, e ela não interfere no contexto geral da arte.

Apesar de dizer que é o livro um da série, essa informação não aparece na lombada. u.u Quarta capa e orelhas mantém a arte da capa, mas gostei bem mais da fonte sans-serif usada na sinopse do que a serifada das orelhas.

O miolo quase me surpreendeu. Com um falsa folha de rosto trabalhada com uma chapada de preto e “brilhos” das estrelas e uma folha de rosto que replica a arte da capa me deu a esperança de um projeto gráfico mais trabalhado.

Só que fora essas duas marcações, somente as aberturas das três partes da história tem uma página inteira de arte cada uma com um hieróglifo (aparentemente) diferente no centro da mandala. As aberturas de capítulo tem a marcação de número e o título do capitulo com a mesma fonte dos elementos da capa, só que aqui com caixa alta e baixa. Fora isso toda aqui construção do miolo segue o padrão correto da Arqueiro.


História

Eu quaaaase, quase abandonei o livro nas duas primeiras páginas da história. Colleen Houck parece ter o dom de criar personagens femininas Mary Sue ao extremo, e ver Lilliana dar umas bolas MEGA fora logo no começo já me fez torcer o nariz de uma forma quase absoluta.

Só que ao mesmo tempo, a autora constrói personagens masculinos super idealizados e legais (Ren e Kishan <3). Então eu continuei ali, na fé e acreditando que tudo podia melhorar.

E bem, fora o instalove tradicional, a mudança de atitudes da personagem principal e algumas construções convenientes feitas de forma a resolver problemas imediatos, eu gostei da história. É inegável que Colleen consegue ter personagens meia boca envolvidos em uma narrativa envolvente, mesmo ela sendo em primeira pessoa e pela voz de Lilliana, que no começo era quase insuportável.

Entendam, a menina é rica, com pais semi-ausentes mas que cobram resultados positivos da garota. Ela é linda, todos os adultos a tratam com muito respeito e deferência, e ela passa um tempo descrevendo a roupa e a sandália de grife que está usando no dia. Mas do nada ela vai e desmerece um rapaz logo nos primeiros parágrafos. Problemas de menina-branca-rica…

Patricinhas de Beverly Hills

Mas ela se depara com Ahmon, passa a ser o vínculo com o semideus egípcio enquanto ele não consegue encontrar os seus vasos canópticos, e resolve abraçar a responsabilidade de ajudar o cara, porque, afinal, ele é um gatinho. ^.~ Salvar o mundo, se apaixonar pelo gatinho, e ainda de quebra viajar de graça para o Egito? Quem nunca?!

Colleen não sai muito dos arquétipos dos personagens que ela já tinha criado na Saga do Tigre. Você consegue perceber traços de Kelsey e Ren em Lilliana e Ahmon, e a questão da responsabilidade da personagem principal em ser uma parte importante nos acontecimentos para salvar o mundo. Não é um problema, porque ela faz isso de uma forma legal, mas acho que se ela insistir no modelo vai acabar ficando (ainda mais) previsível.

A história é legal. Lilliana e Ahmon estão correndo contra o tempo para realizar várias tarefas para tentar impedir que Seth desperte em nosso milênio. O desenvolvimento do plot principal, salvar o mundo, é bem feito e progride de uma forma agradável e ágil. Já o relacionamento dos personagens… obviamente rola uma química entre eles e é um reme-reme, uma lenga-lenga, um chove-não-molha durante tanto tempo que chega a ser frustrante para o leitor. Antes a autora não tivesse investido tanto no romance, e focasse mais no desenvolvimento do plot principal. #sqn

Mas se você já conhece a primeira saga da autora meio que já espera algo do tipo. Além disso, Lilliana é meio que a lone girl durante toda a história, cercada de homens que a acham o ó do borogodó, e na única vez que é colocada em contato com outras mulheres, todas elas são insuportáveis e a heroína não consegue se relacionar com as Patis. Mini slut shame feito pela personagem, talvez, mas acho que é uma característica da autora não colocar mais de uma mulher ao mesmo tempo na história, afinal deve ser difícil escrever sobre uma amizade real entre dois seres femininos… ¬¬

Fora isso, as cenas de ação são envolventes e bem construídas e criam bons contrapontos ao romance platônico de Lilliana. Pelo menos a garota não é tão rabanete e insegura quanto sua “irmã” Kelsey, e consegue aparentemente se desenvolver e amadurecer ao logo da narrativa.

Achei que a história poderia ter terminado neste livro. A autora construiu um final que seria aceitável como uma conclusão. Mas, né, vivemos nessa sociedade-capitalista-opressora, então teremos mais uma trilogia. A justificativa para um próximo livro é dada no epílogo, e tá, ok, me comprou. Vou aguardar pela continuação que ainda não tem previsão de lançamento… =/


Até a próxima! o/

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