resenha

Uma Pitada de Amor – Katie Fforde

19 out 2015
Informações

uma pitada de amor

katie fforde

record

série ---

400 páginas | 2015

3.25

Design 3.5

História 3

Uma aspirante a cozinheira em um programa de TV. Um jurado muito atraente. Um amor proibido.

Quando Zoe Harper conquista uma cobiçada vaga em um reality show de culinária, ela mal pode esperar para pôr suas habilidades à prova. Sua principal motivação é o prêmio em dinheiro: um valor que certamente a ajudaria a abrir sua tão sonhada delicatéssen.

No entanto, ela logo percebe que a competição vai muito além da cozinha. Cher, outra concorrente, está disposta a tudo para ganhar, incluindo jogar seu charme para cima dos jurados. E as coisas se complicam ainda mais quando Zoe percebe que está se apaixonando por um deles: o incrivelmente sexy Gideon Irving. Com tudo o que está em risco, os dois têm muito a perder caso se envolvam, algo que parece cada vez mais inevitável.

De repente, Zoe percebe que há mais em jogo do que apenas canapés, cupcakes e técnicas de corte. Uma pitada de amor é um livro engraçado e doce na medida certa.

Design

Esse é um daqueles livros que conseguiu me conquistar completamente pela capa. Particularmente eu acho que chicklit tem TUDO a ver com essas ilustrações vetoriais fofas. Não tenho uma explicação racional para isso, mas o estilo sempre me remete a histórias femininas e fofas, então vai muito mais no “feeling” do que qualquer outra coisa.

Gostei como a capista ilustrou tanto Zoe (inocente e ingênua com suas bochechas cor de rosa) e Gideon (blasé e indiferente com esses olhinhos ¬¬). E o ambiente moderno de cozinha está bem desenvolvido na ilustração. Gostei também da combinação de cores com essa paleta “cupcake” e da aplicação de fontes, apesar de eu não entender poque usar quatro famílias diferentes (três se você descontar a do título como “arte”). Acho que a combinação de serifada (da descrição e quote) com a sans-serif (de “bestseller” e autor do quote) já estava mais que perfeito.

Exatamente da forma como é feito na quarta-capa. Ela é extremamente simples, mas de uma forma muito positiva. Usar somente uma chapada de verde pastel com uma sugestão de sinopse com cara de receita foi super acertado. Eu achei extremamente feminino e adequado para o projeto gráfico do livro.

Por último, e o que sempre mata um pouco a nota do design dos livros da Record, vem o miolo com os mesmos “problemas” de todos os outros que eu já resenhei. Fonte grande, entrelinha apertada, mancha que dança na página, impressão carregada com serifas e olhos das letras prejudicados…. e por aí vai. =/


História

Uma Pitada de Amor foi uma escolha fora da minha “zona de conforto” normal. Não sou muito fã de chicklits, mas nunca parei para analisar profundamente o “porquê”.

Acho que normalmente o que eu gosto nos livros é a possibilidade de escapismo, principalmente quando falamos de literatura fantástica. Costumo pensar que a gente já tem muita merda acontecendo na vida real para pegar um livro que continue falando das mesmas merdas. Mas o lance com o chicklit é mais de reconhecimento, talvez.

Acredito que nunca consegui uma identificação com as personagens desse gênero, então nunca escolhia um deles como opção de leitura. São mulheres casadas com filhos, divorciadas com filhos, viúvas com filhos, solteiras com problemas existenciais que não me atingem, e às vezes, uma sofrência pelo homem-macho-amor-platônico.

“Mas Samara, você lê new adults, que também é leitura contemporânea, muitas vezes com meninas com sofrência!”. Sim! Só que meu envolvimento com os new adults é muitas vezes por outros, a-ham, motivos. Os chicklits que já li até hoje, não focavam no relacionamento sexual dos personagens, mas nos momentos entre ele, no drama/comédia diário e em como a personagem vai acertar sua vida.

“Mas Samara, então por que você escolheu ler Uma Pitada de Amor?!”. Se eu disser que foi basicamente culpa da capa fofa vocês acreditam? E também eu gosto muito de comida (e de comer) e como a história girava em torno de um reality show gastronômico foi mais um ponto a favor da escolha. Só preciso confessar que não tinha NENHUMA expectativa de realmente gostar ou me envolver com a história.

E foi exatamente o que aconteceu. Não é que eu não tenha me divertido com a leitura ou odiado a história, ela só não me disse nada e simplesmente passou por mim em suas 400 páginas (eita! Nem tinha me tocado que foram tantas! O.o).

Reading

 

Zoe é “perfeita” demais, beirando a Mary Sue. Ela não é bonita demais, mas todos a acham atraente. Todos os que são seus “inimigos” também são odiados pelos personagens que gostam dela. Tudo que ela faz invariavelmente vai dar certo. Ela é boa demais. Não no sentido de ser “gostosa”, mas de ser boazinha. Ela não gosta de ver ninguém em apuros que vai ser oferecer para ajudar. Todo mundo cagando para o problema e ela lá, se esfalfando para resolver, agradar todo mundo e ainda das conta das próprias responsabilidades.

Eu até fiquei com medo de que a autora estivesse iniciando um tipo de slut shame entre Zoe e sua “colega” de quarto durante a competição, mas Cher foi construída de uma maneira para realmente ser uma vilã durante a história, então não tenho pena da personagem.

O interesse amoroso de Zoe é um tanto quanto estranho, e começa a ser desenvolvido na base do “amo/odeio”, mas o salto para o “só amo” é muito rápido e é quando a burrice e insegurança da personagem começa realmente a aparecer. Além de se interessar romanticamente por um dos jurados, ela ainda vai realmente decidir se envolver fisicamente com ele, durante o torneio (o.O), com a chance de jogar todo o seu futuro no lixo. Tudo porque ela não consegue segurar o “fogo da paixão”, nem manter a calcinha no lugar… =/

Ela foi para o torneio achando que não teria chance; ao longo da história, por ser boazinha, conquista vários personagens secundários e se mostra uma das melhores concorrentes; se envolve nesse romance perigoso; e só aí percebe que, sim!, eu quero ganhar?! Nossa… e ainda assim, ela não consegue se segurar quando se trata de Gideon. Que quando ela conhece é feio ou bonito, Zoe nem consegue se decidir, mas logo depois, é o homem mais lindo e sexy que ela já viu. Então tá. ¯\_(ツ)_/¯

Mas a parte que achei mais chata foi o lance de ser boazinha ao extremo. Até mesmo Zoe se chuta mentalmente todas as vezes que se mete para “ajudar” os outros. Para mim a história perdeu muito ritmo quando ela passa um tempo dando uma de “empregada doméstica e cozinheira”. Para dar um suporte ao casal que forneceu a casa e o espaço onde a equipe de filmagem hospedou grande parte dos competidores, Zoe se oferece para ajudar a cuidar das coisas.

Além de lidar com a preparação para o último desafio da competição, a autora insere os pais dos donos da casa na equação, pessoas pedantes e insuportáveis, que Zoe acha super tranquilo de lidar. Misture isso tudo a um recém nascido, uma festa de batizado e uma família gigante e complicada… Minha vontade era ignorar essa parte e passar algumas páginas até que Zoe voltasse a se concentrar na competição.

Assim, o livro é legalzinho. Reforçou minha impressão de que eu “não sirvo” para ler chicklit. Não tinha receitas “detalhadas” como eu talvez estivesse desejando, e é cheio de alguns clichês e momentos previsíveis. Achei o começo meio truncado e até fiquei pensando se não tinha sido algum problema de tradução, mas depois a narrativa pega mais velocidade e a história flui melhor. Por mim, já foi o suficiente do gênero até pelo menos o ano que vem.


Até a próxima! o/

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3 Comentários

  • Responder Izandra Mascarenhas 20 out 2015 at 19:25

    Hahaha verdade! Antigamente eu nunca abandonava um livro, não importando se gostava dele ou não… Mas hoje? Tô tão seletiva que nem ligo de largar um por achar ruim rs
    Sei lá, acho que não merece meu esforço… Até porque gosto é igual a… “Alma”, todo mundo tem; sempre vai ter um que diz amar o livro que eu detestei e não aguentei ler até o fim rs

  • Responder Izandra Mascarenhas 19 out 2015 at 23:05

    Pô, mas tu também, viu? Foi ler um dos PIORES chick-lits da história! Eu, que sou fã, do gênero, parei logo após ela conhecer Gideon e resolver ajudar na cozinha… O livro começa tão bobo e com um enredo tão pouco desenvolvido, aliado a uma personhagem pamonha, que desisti de ler -.-‘
    Sério, quando resolver sair da sua zona de conforto e ler um chick-lit, me peça uma indicação, que corre o risco de você gostar do que eu te indicar :P

    • Responder Samara Maima 20 out 2015 at 10:36

      Omedezo! Levei bronca! <3 XD
      Izandra, pode deixar que da próxima vez que for desbravar essa selva dos chicklits converso primeiro com você. ^.~ Acho que eu realmente não sei escolher livros do gênero para experimentar. T^T
      Mas fui mais guerreira do que você! Eu cheguei até o fim! XD

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