resenha

Red Hill – Jamie McGuire

10 jun 2015
Informações

red hill

jamie mcguire

verus

série ---

350 páginas | 2015

3.5

Design 3.5

História 3.5

Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade.

Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão a flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano.

O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir? Red Hill prende desde a primeira página e é impossível deixa-lo até o final surpreendente. Este é o melhor da autora Jamie McGuire!

Design

Às vezes existe um certo abismo entre a arte que um designer desenvolve na tela e o resultado final de uma capa impressa. Red Hill caiu um pouco nesse probleminha.

Se vocês virem as artes da capa pela interwebs vão poder perceber o clima assustador, sombrio e soturno que ela passa com sua paleta cromática que mistura tons de cinza, branco e vermelho. A arte recria o ambiente principal da história de uma forma extremamente visual que ajuda o leitor a se inserir no livro. Ela é muito forte e impactante, tem bastante contraste na imagem; a fonte do título em caixa baixa “descansando” e mesclada na capa que de certa forma grita com o leitor; o nome da autora tem quase o mesmo peso do título e acaba competindo um pouco, mas ainda assim não atrapalha o clima criado.

Só que o livro impresso, com o laminação fosca para proteger a capa, fez com que se perdesse muito do impacto original. A arte ficou meio lavada e o vermelho perdeu o brilho que tinha nas imagens digitais. Continuo achando o resultado bem interessante, mas sinto um pouco de pena com a perda do contraste.

Quanto ao miolo… bem. A mancha gráfica é aquela tradicional do grupo Record, com fonte muito grande, entrelinha muito grande, um certo desalinhamento na página, sem muitos atrativos visuais na construção do layout. A única marcação diferenciada fica pela abertura de PoVs em cada capítulo, com o nome do personagem que vai contar aquele trecho da história. E a sempre presente variação de carga de tinta preta ao longo das páginas, com momentos de muito escuro e letras quase fechadas e outros quase lavados…

Quero muito pegar um livro do grupo Record que tenha um miolo com um pouco mais de cuidado e um projeto gráfico diferenciado… Infelizmente ainda não aconteceu.


História

Disclaimer 1: Não costumo usar palavrões nas minhas resenhas mas, HEY, estamos falando de zumbis. Se você não gosta de ler esse tipo de termos, eu peço desculpas e sugiro que escolha outra resenha do blog para ler. ^.~

Disclaimer 2: Os gifs utilizados na resenha são simplesmente para ilustrar o TER-ROOOOR que eu sinto com os zumbis, mas não representam necessariamente acontecimentos do livro.

Vocês não veem muitos (ou quase nenhum) livro de terror ou suspense psicológico por aqui. O motivo principal é porque eu sou naturalmente uma pessoa medrosa e que se impressiona. Tipo, MUITO! Mas realmente sair da minha zona de conforto foi escolher Red Hill como uma das leituras do mês.

Acredito que de todos esses seres “sobrenaturais” que se espalham pelos mitos, crenças, literaturas, o que mais me apavora são os zumbis. Acho que o fato de você virar uma máquina praticamente imparável de horror e morte, completamente sem controle e com a única função de se alimentar dos seres humanos, um dos piores destinos que podem acontecer.

Eu provavelmente seria uma das primeiras a morrer em um apocalipse zumbi. Não sei se teria coragem, sangue frio ou a força de vontade de lutar com algo tão… horrendo e descontrolado. Gente, só de pensar em uma possibilidade assim já me deixa aflita.

Zumbi 01

Quando comecei a ler Red Hill, a primeira coisa que me passou pela cabeça é que eu não tenho um “kit fudeu” em casa. Uma mochila com os itens necessários para sobrevivência imediata caso desse merda. A segunda coisa é que se algo assim acontecesse por aqui ia ser um “fudeu grandão” generalizado. No Brasil não podemos ter porte de armas igual é nos EUA, por exemplo. Então, provavelmente, grande parte da população ia ser dizimada por não ter poder de fogo para acabar com a zumbizada. Vamos combinar que taco de basebol não é a melhor arma em uma situação como essa.

Mas estou divagando. É o que faço quando fico tensa, ansiosa e levemente (ou terrivelmente) assustada. ¯\_(ツ)_/¯

Bem, Red Hill. Ainda não tive a oportunidade de ler a série Belo Desastre da mesma autora, então essa foi minha primeira experiência com seu estilo narrativo. E eu gostei bastante. O início do livro é melhor que a parte final, mas talvez eu esteja me adiantando.

O interessante é que no mundo de Red Hill, de certa forma, todos estão preparados para um apocalipse zumbi. A mídia, os filmes, os jogos de videogames meio que já deram aos personagens da história todas as informações que precisariam para sobreviver. Então não é uma história que se baseada em uma catástrofe que ninguém entende, todos conhecem o termo zumbi e como um desses seres se comporta, age e se alimenta. É quase como se o apocalipse acontecesse agora. Todo mundo saberia o que fazer.

Zumbi 2

A história segue três núcleos independentes de personagens que são pegos no meio do apocalipse zumbi. Scarlet é uma especialista em raios x, divorciada e com duas filhas, de quem se separa quando o mundo dá PT. Nathan é pai de Zoe e ao voltar para casa e tentar salvar a esposa descobre que ela o abandonou. Por último temos Miranda e sua irmã Ashley, e seus respectivos namorados, Bryce e Cooper, que estão indo passar o fim de semana no rancho do pai das meninas.

Em cada capítulo os personagens se alteram e dividem suas angústias ao longo das páginas. A história no início não é muito linear, você acompanha o mesmo dia através da ótica dos personagens mas em momentos diferentes. Eles vão se cruzando ao longo de suas jornadas e você acaba vendo uma mesma cena pela ótica de outro personagem que também participou daquela ação, contada muito antes ou depois da outra.

A construção do apocalipse é muito tensa e de certa forma assustadora. Principalmente pela ótica de Scarlet e Nathan. Não consegui me importar muito com o núcleo de Miranda em nenhum momento da história. Scarlet e Nathan, cada um em seu momento, passam por grandes dificuldades para se protegerem e atingirem seus objetivos. Eu não conseguia ler Red Hill à noite, depois que chegava do trabalho por causa da tensão dos capítulos dos dois.

Em dado momento os três núcleos convergem para o rancho que dá nome ao livro, e na minha opinião, a história começou a desandar um pouco. Scarlet vira um ser obcecado por salvar suas filhas que podem, ou não, estar indo para Red Hill também. Para isso, ela passa a colocar em risco não só a própria vida como a de outros personagens. Passei a ficar com raivinha da moça por seu egoísmo e certa falta de noção. Ela sozinha é responsável por mais tragédias para o grupo do que os zumbis.

Nathan para mim é o mais fofo e sensato de todos. Ele quer proteger as pessoas que agora são sua “família” e criar um ambiente o mais estável possível para criar Zoe, que tem certos probleminhas comportamentais.

Por último temos Miranda e seu grupo, que para mim são o mais méh da história. A jovem até entra em crise por estar criando um triângulo amoroso, e essa situação, levando em consideração todas as coisas que estão acontecendo, é meio forçada. Ok que o questionamento principal do livro é se conseguiríamos manter relacionamentos, nos apaixonar e amar em um ambiente tão inóspito quanto um apocalipse zumbi… mas triângulo amoroso?!

No fim, não me importei muito nem com os personagens nem com suas jornadas. Talvez por eles serem muito mais novos que eu, na faixa do 18-22 anos, não consegui sentir empatia ou identificação o que, por outro lado, foi fácil com Scarlet ou Nathan, que tem uma idade mais próxima da minha.

Zumbi 3

Red Hill me surpreendeu mas perdeu o fôlego e o entusiasmo ao longo da narrativa. Achei o final muito corrido, com algumas situações de extrema importância que ficam sem explicação e uma perspectiva de futuro muito lálá para tudo que aconteceu com o mundo e com os personagens.

Apesar disso, me senti bastante satisfeita por ter vencido o desafio de ler mais um livro de suspense/terror e sobreviver. Pelo menos o livro me entregou e me envolveu muito mais do que Caixa de Pássaros, por exemplo, que deixou a desejar no desenvolvimento do mundinho só para focar na questão psicológica da história.


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Tati Castro 15 jun 2015 at 17:51

    Eu já li a série Belo Desastre dessa mesma autora, mas parece que esse livro não segue o mesmo estilo.
    SUA ESTANTE

  • Responder Izandra Mascarenhas 10 jun 2015 at 21:23

    “Vamos combinar que taco de basebol não é a melhor arma em uma situação como essa.” Hum… Vamos combinar que nem taco de beisobol as famílias brasileiras tem; apenas vassouras xD
    Hahaha
    Bom, eu acho que eu sobreviveria a um apocalipse zumbi mas, francamente, também iniciaria em modo hard sem ter nada preparado… o mais perto de comida não perecível que tenho em casa é miojo, e este dá trabalho pra fazer xD

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