resenha

Incendeia-me – Tahereh Mafi

25 jul 2014
Informações

incendeia-me

tahereh mafi

novo conceito

série estilhaça-me #3

348 páginas | 2014

4.75

Design 4.5

História 5

UM DIA EU POSSO ROMPER UM DIA EU POSSO R O M P E R E ME LIBERTAR NADA MAIS VAI SER IGUAL O destino do Ponto Ômega é desconhecido. Todas as pessoas com quem Juliette se importa podem estar mortas. Talvez a guerra tenha chegado ao fim antes mesmo de ter começado. Juliette foi a única que restou no caminho d O Restabelecimento. E sabe que, se ela sobreviver, O Restabelecimento não sobreviverá. Entretanto, para destruir O Restabelecimento e o homem que quase a matou, Juliette vai precisar da ajuda de alguém em quem nunca pensou que pudesse confiar: Warner. Enquanto eles lutam juntos para combater o inimigo, Juliette descobre que tudo que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner e até mesmo Adam era uma mentira.

Design

Quando vi a capa de Incendeia-me entrei em pânico. Afinal era a terceira arte completamente diferente dentro de uma mesma série. Ninguém que coleciona livros fica feliz quando a série não tem exemplares que conversam entre si. Além do mais este projeto gráfico do olho já tinha começado a sair lá fora no segundo volume, e poderiam ter usado ao invés daquela capa feia… Falei dela aqui.

Mas bem, a Novo Conceito não dá ponto sem nó e gratuitamente enviou jackets para seus leitores que se inscreveram em um hotsite para solicitar as novas capas! Eu já recebi as minhas e ficaram direitinho no livro. Estou deixando com peso em cima para acomodar melhor as dobras porque, como o papel tem memória, ele não estava curtindo muito essa nova posição dobrada.

De qualquer forma eu acho essas capas com os olhos meio bizarrinhas. Em cada volume é um tipo de interação visual que acontece nos cílios: no primeiro era água e árvores mortas e retorcidas; no segundo parecem cristais de gelo e pássaros; e agora no terceiro a primavera chegou! \o/ É compreensível que são momentos de Juliette e de seu desenvolvimento como personagem, mas é muito estranho, me lembra umas capas de caderno “new age” que eu tinha lá pelos idos dos anos 1980-90… #velha

Mas continuo gostando muito do lettering da capa. Essas letras em caixa alta gritando NA SUA CARA passam a ideia de que as palavras saíram diretamente da mente deturpada louca da Juliette. Sobre o miolo, mantenho minha opinião da primeira resenha, e você pode conferir lá.


História

Ok, sem spoilers de Incendeia-me (eu acho), mas leia a resenha por sua conta e risco por causa dos acontecimentos dos dois livros anteriores. Vou me ater ao meu relacionamento com os personagens e me abster de falar da história. ^.~

Uma das coisas que mais gostei no terceiro livro foi a evolução e amadurecimento final de Juliette. A forma como Tahereh Mafi escreve os pensamentos da personagem, seus insights e compreensões conseguem beirar o lirismo e são tão bonitos algumas vezes que a única coisa que podia fazer era sorrir para o livro e simplesmente concordar.

Enquanto Juliette consegue finalmente se emancipar e se libertar, se tornando uma moça/mulher “completa”, Adam passa por uma transformação absurda. A autora consegue transformar o personagem de gentil, protetor e apaixonado em vingativo, agressivo, amargo e um porco chauvinista. Fico pensando que pode ter sido uma estratégia para justificar o romance “certo” da história, mas ao mesmo tempo, fiquei com pena da metamorfose do personagem.

Kenji me surpreendeu durante a história, com seu relacionamento com Juliette e seu carisma com todos os outros personagens. Ele é aquele “melhor amigo mais legal do mundo”, comprometido e dedicado que não tem medo de dizer as verdades que precisam ser ditas. Pena que para ele só existe a friendzone

E temos Warner. Ai, Warner. <3 Vocês já me viram falar de vários livros românticos por aqui, mas eu raramente me “apaixono” pelo personagem principal (talvez Quatro, de Divergente, também tenha mexido comigo… vou reler o livro para relembrar). Warner é totalmente apaixonável, o ideal romântico de muitas por aí; complexo, profundo, traumatizado, “tudibom”, que só poderia existir pela ótica de uma mulher escritora.

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Acho que Incendeia-me foi o melhor da trilogia, o ápice do desenvolvimento de Juliette, das cenas quentes, da luta contra o Restabelecimento. Foi o livro das descobertas pessoais, das escolhas de vida, da explosão do romance.

Ao mesmo tempo, foi o livro em que percebi que Juliette está sempre cercada por homens. Ela não constrói um relacionamento de amizade com outras meninas ao longo dos três livros. Troca alguns diálogos com outras personagens mas o seu núcleo de relacionamento é quase exclusivamente de rapazes lindos. Uhn, é ok, eu também acho difícil de me relacionar com outras mulheres/meninas/garotas (na maior parte do tempo), mas chegando ao final da série, acho que fiquei sentindo falta de uma momento “mulherzinha” para ela.

A única coisa que me decepcionou no livro é que Tahereh Mafi não arriscou uma batalha de “poderes cósmicos e fenomenais”. Juliette atinge um patamar quase inalcançável e incomparável de poder mas a autora não criou um momento memorável de trabalho em grupo dos superpoderosos. Ainda quero ver o dia que algum autor ou roteirista vai criar uma batalha tão equilibrada e bem desenvolvida quanto a da família de Os Incríveis. Esta sim é realmente impressionante.

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Mais uma série completa no blog. Uma série que eu gostei demais, que vai me acompanhar por um tempo ainda, enquanto eu revivo os momentos de completa lucidez de Juliette e TODOS os momentos de Warner. #abana

Consigo entender que não é uma série que funciona para todo mundo. A narrativa de Juliette pode incomodar muitas pessoas. Mas como eu já disse antes, meu nível de envolvimento e identificação, exatamente pela forma de Juliette ser e se expressar, foi astronômico e transformou a história em algo muito mais pessoal e importante para mim.

Me despeço da série, que entra para os meus favoritos, torcendo por uma próxima obra de Tahereh Mafi, e satisfeita por ter conhecido Juliette, Kenji, Adam e Warner… ai, Warner. :)

E deixo um gostinho para vocês: a série toda vale pelo capítulo 55 deste livro, acreditem em mim! <3


Até a próxima! o/

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3 Comentários

  • Responder Jéssica Alves 19 jul 2015 at 16:08

    Sabe, terminei de ler recentemente a série e não vejo a hora da adaptação ser lançada. Em todas as minhas leituras, somente em Os Encantados de Ferro que eu gostei do badboy, nunca fui fã do marrento da história…. Mas esse sujeito mexeu muito comigo e passei a gostar mais dos badboys do que os mocinhos kkk. Tenho que confessar que quando me deparei com o senhor Comandante, eu nem lembro mais quem é Christian Grey! (Quem é ele mesmo??? Minha mente ficou meio embaraçada!)Pra quê algemas e chicotes quando pode ser tocada por alguém capaz de te incendiar apenas com um olhar! UI, acho que peguei fogo… Deixa de tietice…. Parabéns pela resenha e pelo blog, me tornei sua fã pelo modo de como você se dedica em falar dos livros como se estivesse nos contando sobre você..
    XOXO

    • Responder Samara Maima 21 jul 2015 at 11:32

      Oi Jéssica! Eu também gostei de Os Encantados de Ferro, pena que a Underworld “deixou de existir” antes de terminar de lançar a série. u.u
      Nossa, seu comentário me fez querer reler a série da Tahereh Mafi. <3
      Que bom que você gostou do blog! Sempre fico feliz quando os leitores que acompanham o Parafraseando Livros me contam o que gostam (ou não) nas resenhas. ^.^ Espero que continue acompanhando. o/

  • Responder Lara 30 jul 2014 at 17:31

    Olááá!
    Ai essa série! Aaaai esse comandante ! ahhaha!
    Adorei esse livro, principalmente porque o Shipp deu certo, mas achei que Mafi acabou focando tanto no romance que esqueceu de muita coisa, como você disse, Adam virou outra pessoa, Ju não tem amigas e bom o que aconteceu com as centenas de outros setores?!
    Gostei muita da resenha… AII WAAAARNER! fará falta hahaha! MUITA falta!

    Um beeijo Lara.
    Blog Meus Mundos no Mundo | | Página Coração Furta-Cor

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