resenha

Wayne de Gotham – Tracy Hickman

2 jan 2014
Informações

wayne de gotham

tracy hickam

fantasy - casa da palavra

série ---

270 páginas | 2013

4

Design 4

História 4

Por trás de toda máscara existe um homem de verdade. Ainda criança, Bruce Wayne testemunha o assassinato dos pais – e o mistério sobre o motivo o impulsiona a fazer uma busca pelo seu passado. É quando descobre um diário secreto de seu pai Thomas, um médico rebelde que parece finalmente revelar o seu lado obscuro. Sua identidade é seriamente abalada quando um convidado levanta, inesperadamente, questões sobre o evento que acabou com a vida de sua amada mãe e seu admirável pai – caso que provocou para sempre sua vontade insaciável de proteção e vingança. Para descobrir a história real da família, Batman precisa confrontar o antigo inimigo, como o perverso Coringa, seu próprio mordomo Alfred, além do passado que assombra o Asilo Arkham, para assumir o novo fardo de um legado sombrio. Muito mais próximo dos filmes de Burton e Christopher Nolan e das HQs de Frank Miller do que dos seriados de TV dos anos 1960. Um olhar imaginativo sobre o lado humano do icônico super-herói criado por Bob Kane. TRACY R. HICKMAN é um autor mais conhecido por seu trabalho com Margaret Weis em “Dragonlance”. Também escreveu a trilogia Darksword, o Death Gate Cycle, e a trilogia Sovereign Stone e atuou como designer de RPG’s para a TSR, Inc.

Design

Por mais clean, flat e simples que a capa de Wayne de Gotham possa parecer, seu padrão cromático e o símbolo do morcego me deixaram com uma curiosidade absurda para pesquisar a história dos uniformes do Batman. Porque na minha cabeça eu tinha certeza que um deles era exatamente o brasão sem o escudo por baixo. Acabei percebendo que era impressão, mas conhecer todas as roupas foi tão interessante que vou deixar aqui para vocês verem também.

O legal do símbolo é que ele é tão forte e está tão presente na mente da gente que mesmo que não tivesse escrito Gotham no título era ÓBVIO que se trataria de algum livro do Batman.  E o capista foi ainda mais literal porque, salvo eu estar muito enganada, a fonte usada no título também se chama Gotham! XD

Apesar de sua simplicidade, a capa tem uma aplicação localizada de verniz sobre o símbolo e o título, e a lombada inverte o padrão cromático ao ficar com o fundo amarelo e a fonte em preto. Curiosidade de design para vocês: a combinação fundo amarelo/fonte preta é a que tem melhor legibilidade para os olhos humanos, por isso que nossas placas de trânsito tem esse padrão (Samara também é cultura).

Quanto ao miolo, ele tem uma brincadeira inicial de chapadas de preto na folha de rosto e sumário, mas achei que podia ter sido mais aproveitada para outras partes do livro. O padrão da mancha gráfica é bem parecido com de outros livros da Fantasy, com uma fonte relativamente grande mas com muita legibilidade. A diferenciação fica a cargo das aberturas de capítulo, que são sempre nas folhas ímpares, seus títulos e a marcação gráfica indicando a localização no tempo e no espaço de cada um dos trechos que vamos acompanhar. Quando há uma quebra na história e mudança nestes cenários a marcação aparece novamente. Em dado momento me deparei com uma capitular dentro do capítulo e fiquei pensando que podia ter sido um erro, até folhear pelo livro e perceber o padrão. Sempre que havia uma mudança dentro do capítulo que não fosse quebra de narrativa, o capitular era utilizado para marcar a nova inclusão de assunto. Tudo muito bem estruturado.

Não me lembro de nenhuma questão de revisão que tenha me chamado a atenção. Mais um ótimo projeto da Fantasy.


História

Não sei se vocês sabem, ou já perceberam, mas eu sou nerd, #prontoFalei. Já fui mais nerd mas a idade, tempo e dinheiro, meio que mudaram um pouco os meus hábitos, mas ainda lá no fundo existe aquela faísca que brilha toda vez que me deparo com assuntos ou coisas nerds.

Uma das que mexem muito comigo é quadrinhos, independente de ser DC ou Marvel. Tudo bem que sou tendenciosa e sempre me considerei mais Marvete do que DCnauta. Os personagens da Marvel sempre me atraíram mais do que os da DC, apesar de que, há alguns anos, as pessoas conheciam mais a santíssima trindade (Batman, Superman, Mulher-Maravilha) do que os X-Men ou o Capitão América.

Isso mudou um pouco com o sucesso dos filmes da Marvel, e a DC meio que teve que correr atrás, principalmente com a trilogia Batman.

O que vocês talvez não conheçam é a linha de livros das duas editoras. Há alguns anos, a Panini trouxe um romance dos X-Men e lançou nas bancas, com o nome de Espelho Negro. Foi minha primeira experiência em ler uma história dos meus heróis favoritos em que eu tinha que efetivamente imaginar toda a ação.

Quase sete anos depois, tive a experiência de ler uma história da DC neste mesmo esquema. Ok que Batman nunca foi um dos meus personagens favoritos da editora. Ele é sombrio demais, quebrado demais, louco e paranoico demais para o meu gosto. Seus inimigos também superam todos os níveis de esquizofrenia, psicopatia e qualquer outra doença mental que eu naturalmente aceite ou suporte… Só que Wayne de Gotham vai um pouco além de tudo isso.

Como não acompanhava os quadrinhos do Batman, confesso que não sei dizer se em algum momento houve histórias sobre o passado dos pais de Bruce Wayne, o que é exatamente um dos principais focos deste livro. Ele alterna entre os acontecimentos dos dias de hoje, com um Batman mais velho e relativamente cansado e dependente da tecnologia que o sustenta como o Cavaleiro das Trevas, e acompanha um jovem Thomas Wayne, com uma paixão platônica por sua vizinha e uma vontade de sair das sombras do nome de sua família.

A história se baseia na ideia de que nós não conhecemos realmente nossos pais. No caso de Bruce Wayne, ele havia colocado os dois em patamares inalcançáveis de perfeição, principalmente por tê-los perdido tão cedo e não ter a oportunidade de crescer com eles. O livro mostra a jornada de Bruce atrás do que seria a verdade sobre sua família, uma que até mesmo Alfred faz de tudo para esconder de seu patrão. É uma desconstrução de seres idealizados e um choque de realidade para o Cavaleiro das Trevas.

Me surpreendi com a história, para mim o personagem funcionou muito mais nesta mídia do que nos próprios quadrinhos. Claro que as descrições de uniformes, ferramentas e veículos fica prejudicada pela minha falta de imaginação, mas ao mesmo tempo, a ansiedade e a angústia da leitura é muito maior do que na mídia direta dos quadrinhos.

Assim como X-Men em 2006, gostei muito da experiência de ver o herói da DC em um novo formato de história. Talvez seja uma boa apostar nesta linha para futuros lançamentos e de escolhas de leitura.


Até a próxima! o/

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