resenha

Garota Exemplar – Gillian Flynn

16 maio 2013
Informações

Garota Exemplar

Gillian Flynn

intrínseca

série ---

448 páginas | 2013

3

Design 4

História 2

16

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Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise. Com 4 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo – o maior sucesso editorial do ano, atrás apenas da Trilogia Cinquenta tons de cinza –, “Garota Exemplar” alia humor perspicaz a uma narrativa eletrizante. O resultado é uma atmosfera de dúvidas que faz o leitor mudar de opinião a cada capítulo. Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?

Design

A Intrínseca costuma ser bastante cuidadosa com todos os projetos gráficos que cria para seus livros. Apesar de ser completamente diferente, a capa de Garota Exemplar me lembrou a de um dos primeiros livros lançados pela editora, Genesis. Deve ser por conta dos cabelos esvoaçantes. O design deixa a gente um pouco tenso com essa chapada em preto, as pontas dos cabelos e essa fonte em caixa alta, gritando em vermelho. A foto não continuar na quarta capa cria mesmo a ilusão que a mulher está fugindo ou desapareceu. Apesar de aparentemente simples, gera um bom impacto.

Não gostei muito das orelhas, o degradê de vermelho para branco com um efeito de dissolver não ficou bonito, e se era para dar a ilusão de splashes de sangue, não funcionou muito bem.

A folha de rosto e as aberturas das partes do livro tem uma chapada de cinza, meio baça, que ficou um pouco manchada. Achei que tinha sido má calibragem da máquina na gráfica, mas provavelmente deve ter sido proposital. Não entendi muito bem porque trabalhar com uma fonte regular para o título e depois usar a mesma família condensed para as aberturas de partes, capítulos e cabeçalho. Por mim podia ter ficado com a fonte regular mesmo.

O miolo é ideal, o tamanho de fonte certo para o volume total do livro. Não é cansativo de passar os olhos (apesar de iludir o leitor que são só 448 páginas, quando na verdade o resto todo deve estar escondido em alguma outra dimensão ¬¬), e as margens laterais são adequadas. Porém fiquei um pouco incomodada com a proximidade do miolo com o cabeçalho. Já que o número de páginas também estava sendo tratado na parte superior não haveria problema em empurrar um pouco mais para baixo o miolo como um todo.

Quanto a parte de revisão não consegui perceber nada que me chamasse a atenção.


História

SPOILER ALERT! Esta resenha pode conter informações que estraguem sua experiência com o livro, continue lendo por sua conta e risco!

Garota Exemplar foi um livro que me ensinou que eu não gosto de histórias que terminam sem reparação, punição ou rendição. Provavelmente minha imaturidade ou meu gosto pela jornada do herói não me permitam absorver toda a enormidade da história que Gillian Flynn escreveu, mas acredito que nem todos os livros são para todas as pessoas.

Não dá para negar que a autora construiu uma trama extremamente bem pensada e com as arestas muito bem aparadas e definidas. Seus personagens doentios são intrigantes e complexos, mas fora uma sensação de ansiedade e nervosismo, não consegui criar vínculo com nenhum deles. Até acho que a alcunha de “sicklit” se encaixaria muito melhor para o livro de Flynn do que para A Culpa é das Estrelas. Garota Exemplar é um livro doentio, muito mais do que a história de John Green que fala sobre doença.

Exatamente por esse sentimento tive a sensação que suas 448 páginas na verdade eram o dobro. O livro demorou a passar, a engrenar, a entreter. Me tomou muito mais tempo que outro livro com o mesmo volume de páginas. Os personagens apareciam na história mas estavam o tempo todo mentindo para o leitor e para si mesmos. As situações que passavam pelas páginas eram contraditas a toda hora. Contradição em um thriller é importante, é o que faz a mecânica da história seguir em frente, mas do jeito como a autora conduz fica cansativo.

Quando a história passa a seguir o relato de Amy, o volume de incômodo em seguir seu raciocínio deturpado (ou extremamente realista e cruel) aumenta absurdamente. A personagem é obviamente uma sociopata/psicopata/ ou qualquer outra patia dessas. Diferente de Dexter, que tem um código de honra inventado por seu pai para justificar sua necessidade de matar, Amy é simplesmente doente e vingativa. Capaz de fazer atrocidades para provar que estava certa, ou que não tinha ficado satisfeita com alguma situação, ou que aquilo que a tinha perturbado não deveria se repetir.

Definitivamente não é uma história para qualquer estômago, não bateu muito bem no meu. Se você gosta de finais insatisfatórios, em aberto e inconclusivos, e de personagens que não são punidos por suas ações, mergulhe de cabeça em Garota Exemplar. Se não, acho que você pode seguir para sua próxima leitura. :)


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Nica (@DraftsdaNica) 17 maio 2013 at 22:00

    Tenho visto várias resenhas sobre esse livro, umas amando e outras odiando. Comprei para arriscar. Ainda não consegui engatar… também. Achei bem pesado e não acho q esse seja o momento de ler o mesmo. Se já fiquei mal em três ou quatro capítulos, imagina qnd chegar ao final das 488 páginas?
    Mas não vou desistir… só esperar um melhor momento.
    Adorei sua resenha! E não acho que tenha taaaanto spoiler assim! hehe
    Beijos,
    Nica

    • Responder Samara Maima 19 maio 2013 at 13:43

      Oi Nica,
      Garota Exemplar não é um livro fácil e também acho que você tem que estar com disposição para ler. Sabe aquele momento que você já está cheio de açúcar de chicklit e quer dar uma baixada na glicose? Talvez este seja a hora certa, porque aí você vai querer voltar correndo para o romancinho água com açúcar para limpar o amargo que fica depois do livro de Gillian Flynn.
      Mas acho que você tem que experimentar também. Vou ficar de olho no Drafts para saber quando você for postar sua opinião.
      Beijos!

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