resenha

Fallen – Lauren Kate

4 abr 2013
Informações

fallen

lauren kate

galera record

série fallen #1

406 páginas | 2011

3

Design 3

História 3

Algo parece estranhamente familiar em relação a Daniel Grigori. Solitário e enigmático, ele chama a atenção de Luce logo no seu primeiro dia de aula no internato. A mudança de escola foi difícil para a jovem, mas encontrar Daniel parece aliviar o peso das sombras que atormentam seu passado: um incêndio misterioso levou Luce até ali. Irremediavelmente atraída por Daniel, ela quer descobrir qual é o segredo que ele precisa tanto esconder… mesmo que isso a aproxime da morte.

Design

Já falei algumas vezes aqui que uma capa não é o suficiente para uma nota alta de Design. É indiscutível a qualidade da capa de Fallen. A modelo passa exatamente a sensação que temos ao ler o livro, de uma grande decepção. As cores frias também criam o clima de frustração e tristeza. O acabamento acetinado foi uma das coisas que me deixou alegrinha enquanto segurava o livro, já que a textura é tão macia.

Só que o miolo não fica à altura da capa. Não sei muito bem porque é que todos os livros da Galera tem a fonte TÃO GRANDE! O livro poderia ser bem menor e mais leve com uma fonte mais balanceada. E as máquinas de impressão da gráfica sempre borram as bordas das letras. Várias frases estão parecendo em negrito por causa do escape da tinta, e não é a primeira vez que vejo isso em um livro da editora. Fica parecendo um trabalho meio desleixado, e até justifica o tamanho da fonte. Imagina usar o projeto gráfico da Intrínseca em Puros e imprimir nas máquinas da Galera?! Adeus leitura.

De resto, revisão e tradução, não tenho comentários, não achei nada que me chamasse a atenção.


História

Peguei Fallen para reler porque tinha comprado os livros seguintes e não lembrava direito da história. Acabou que mantive as 3 estrelas que eu já tinha dado na minha primeira leitura.

Tive a nítida sensação de que Fallen é um livro para tentar ocupar o espaço de Crepúsculo. Está tudo ali, só que mascarado de anjos, e um pouco mais soturno com o lance das sombras que só a Luce pode ver.

Existem passagens que são muito idênticas entre as histórias, como quando Edward salva Bella de ser esmagada por um carro; Daniel impede que Luce seja decapitada por um anjo de mármore. Edward tenta afastar Bella dizendo que eles não devem ser amigos; Daniel faz de tudo para que Luce nunca entenda nada de seu comportamento errático e se afaste dele.

No fim das contas quem não entende nada é o leitor. Eu fiquei ainda mais confusa do que a própria Luce. Você não entende o que são as sombras e porque elas perseguem a Luce; não entende qual é a da maldição que cerca Luce e Daniel e porque ela reencarna a cada dezessete anos. Não explica qual é a dos anjos caídos, porque eles estão em guerra e porque Luce, uma mortal, seria tão importante. Não explica qual é a do Cam, e porque ele não apareceu no primeiro capítulo, já que ele representa o outro lado da balança. E é extremamente frustrante chegar ao final de 401 páginas sabendo tanto ou nada a mais do que se sabia ao começo do livro.

Acredito que a Lauren Kate deve ter visto muito animes/manga shonen ou algo do gênero. Seus personagens nunca terminam um pensamento quando estão compreendendo um assunto ou tendo uma epifania. As frases são praticamente “Será que…?! Não pode ser…! Antes não tinha sido…!”… ¬¬ Sério, cansa e é novamente um grande gerador de frustração. Sabe, Seiya e companhia subindo as intermináveis escadas das 12 casas do zodíaco? A mesma sensação.

Felizmente o livro é narrado em terceira pessoa, confesso que não ia ter muita paciência de “ouvir” a Luce se derretendo pelo Daniel durante o livro todo…

No fim, o livro é uma mixórdia de acontecimentos e assuntos que não se explicam nem se justificam, ficando só como um pano de fundo para um triângulo amoroso mal resolvido. Espero sinceramente que os próximos sejam melhores, ou que pelo menos expliquem algumas das pontas soltas deixadas neste primeiro livro.


Até a próxima! o/

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4 Comentários

  • Responder Monalisa Passos 4 jul 2013 at 15:01

    Nossa, descreveu tudo o que tenho achado do livro (estou lendo). Uma confusão sem tamanho, sem motivo, sem eira, nem beira. A impressão que tenho nos últimos capítulos é que estou no início, do início da história, pois o tempo passa, passa e não diz nada. Francamente, Crepúsculo foi escrito muito melhor. Terminarei de ler para ter conclusões maias específicas, e sinceramente, não sei se lerei o resto da saga. Ótima resenha!

  • Responder Nyew 11 abr 2013 at 15:04

    Olá.

    Te compreendo perfeitamente! Apenas fico preocupado com um certo preconceito que algumas pessoas tem sobre o mangá. Noto que muitas delas encaram este tipo de arte como algo infantil ou de conteúdo pobre. É claro que os produtos desta vitrine são exatamente assim, infelizmente! O detalhe é que maravilhosas estórias estão ali, próximas, prontas para serem exploradas. Prontas pra encantar e mexer com diversos sentimentos. Prontar para ajudar seu leitor a refletir. E isso sem sair do estilo shonen. Imagine se as pessoas conhecessem os romances shoujo? Ou as grandiosas estórias de vida josei? E os mistérios e terror seinen? Seria maravilhoso!
    Enfim, como disse anteriormente, entendo o que quis passar. ^^

    Estou aí, procurando algumas formas de ler mais livros, mangás e blogs e, claro, interagir mais com as pessoas. Estou aí… ^^

  • Responder Nyew 4 abr 2013 at 15:05

    Olá.
    Tudo bem?
    Já fazinha um tempinho que não comentava por aqui, mas voltei.

    Adorei a resenha (como sempre)!
    O livro, apesar de não fazer parte dos chamados “meu tipo” sempre me chamou a atenção pela capa e sinopse, entretanto, com sua análise, vi que devo buscar outro, pois vi que não é pra mim mesmo.

    Algo que me chamou a atenção em sua análise, de forma forma negativa, infelizmente, foi generalizar a demografia denominada shonen, pois, apesar de termos muitos animes e mangás famosos, porém fracos em estória e conteúdo, temos muitas narrativas complexas e excelentes mesmo sendo feitas pra ‘jovens do sexo masculino’. Este é um dos motivos para eu preferir ler tantos mangás invés de livros, pelo menos ultimamente.
    Tirando esta frase que me chateou um pouquinho, ótima análise! ^^

    • Responder Samara Maima 4 abr 2013 at 15:39

      Oi Nyew! Bom ver você de novo por aqui, fico feliz que tenha gostado da resenha!
      E peço desculpas pela minha afirmação que acabou ficando com um viés negativo. Eu não quis, de forma alguma, generalizar o gênero shonen como sinônimo de conteúdo ruim ou raso. Estava exatamente querendo falar desses “blockbuster” que costumam ter a mesma fórmula, que é muitas vezes cansativas. Por favor, não fique triste e eu agradeço que você tenha apontado essa falha na resenha. Muito obrigada.
      Eu mesma já li alguns shonen muito bons! Video Girl Ai e I’s são exemplos que eu gosto muito, sempre considerei que eram shonen, e fogem do estereótipo do herói salvando a mocinha, ou a vila, ou a deusa. É uma história mais intimista e de costumes, voltada mais para a visão dos sentimentos dos personagens.
      Espero que você entenda e me perdoe por esse “deslize”.
      Volte sempre! Gosto muito quando posso debater as resenhas. ^_~
      Abraços!

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