resenha

A Culpa é das Estrelas – John Green

12 abr 2013
Informações

A Culpa é das Estrelas

John Green

intrínseca

série ---

288 páginas | 2012

4.75

Design 4.5

História 5

12

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A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

Design

A Culpa é das Estrelas é um livro relativamente simples quando se trata do projeto gráfico e capa. E mesmo assim, tem um certo impacto no leitor.

Confesso que ainda não entendi muito bem qual é a da capa. O livro fala de estrelas, então talvez eu pudesse esperar por estrelas literais, mas as “nuvens” no “céu” anil, as letras que parecem ter sido escritas com giz numa lousa… eu não entendi. Mas achei simpático, chama a atenção na livraria, mais pela cor geral da capa do que pela arte em si.

O que eu gostei foi a folha de rosto repleta de citações/depoimentos de grande veículos de mídia. De certa forma as informações e opiniões deles meio que já dão o tom e te avisam que é melhor se preparar. Quanto ao miolo tem a qualidade dos livros da Intrínseca, mancha agradável e espaçosa que ocupa bem a página, e uma fonte de leitura que eu não lembro de ter visto em outro livos. Ela é agradável para ler, mas achei que deu uma envelhecida no conteúdo, principalmente quando a fonte da capa é tão “manuscrita” e a de aberturas de capítulos tão reta/sans-serif e moderna.

Não percebi nenhum problema de revisão.


História

Relutei muito em comprar e começar a ler A Culpa é das Estrelas, mas como vocês selecionaram o livro para ser sorteado pela marca de 500+ curtidas no Facebook (que se você não conhece ainda é só curtir aqui), foi a “desculpa” que eu precisava para conhecer um “sicklit“.

Existem pessoas que não gostam muito deste termo, sicklit, mas é muito apropriado para esta onda de livros que andaram aportando por aqui. Afinal, histórias que tratam de doenças terminais, suicídio, bullying, anorexia, etc., são um pouco fora da curva quando antes tínhamos vampiros, anjos e lobisomens. Até entendo que esses temas são muito mais próximos do dia-a-dia de um adolescente/jovem adulto, mas a crueza do contemporâneo me choca e me deprime um pouco.

Então eu meio que entrei em A Culpa é das Estrelas (ACEDE) já esperando e me preparando para o pior. Não tem muito do que fugir, afinal é um livro sobre adolescentes com câncer, retratando o cotidiano, e não um livro fantástico em que tudo dá certo no final. Isso significa que, obviamente, alguém vai ter que morrer em algum momento, e isso não é spoiler.

O detalhe em ACEDE na verdade fica pela personagem principal, Hazel, que consegue ser mais heroica do que qualquer Katniss Everdeen com arco e flecha nas mãos. John Green consegue desenvolver e escrever através da Hazel de uma forma impressionante, ele consegue ser uma menina de 16 anos muito mais crível do que algumas personagens criadas por autoras.

Enfrentar um câncer que limita sua capacidade respiratória e ainda assim ser nerd, sarcástica, completamente desenvolta e consciente não é qualquer coisa. Por Hazel ter tiradas ótimas, ser um poço de conhecimento e ainda filosofar sobre a vida, quase me fez duvidar da possibilidade de ela ter realmente só 16 anos. Me surpreendo com esses jovens muito inteligentes e capazes, provavelmente por eu ter uma visão preconceituosa dos adolescentes de hoje em dia, e preciso pedir desculpas por isso.

Acompanhar Hazel, e depois Augustus quando ele entra para a história, é uma tarefa extremamente agradável, por mais estranho que isso possa parecer. São adolescentes com câncer, eles vão sofrer em algum momento e nós vamos sofrer de tabela, mas é exatamente por isso que eles tem tantos pensamentos e ideias interessantes de se “ouvir”. Questionamentos, visões de futuro, lições de vida, de amadurecimento e do que é o amor, em sua melhor forma de doação e não de posse. Quando não se pode fazer muito mais além de acordar e viver mais um dia, se alimentar de cultura provavelmente é um dos passatempos mais importantes.

Confesso que adorei ver o surgimento do relacionamento entre Hazel e Augustus por causa de uma troca de sugestão de leituras, torci com cada fibra do meu ser, e senti aquele bolo enorme na garganta nas cenas pesadas e tristes. Adorei odiar Peter van Holten, e a maneira como Hazel lida com ele é de uma maturidade adorável. Mas não cheguei a precisar de caixas de lenços de papel. Sim, é triste, mas acho que depende muito de como você está emocionalmente para ser real e completamente afetado.

Comecei a ler esperando e me preparando para uma coisa muito diferente, me surpreendi e me diverti durante toda a narrativa, inclusive nos momentos “brutais e melancólicos”. Me fez pensar e refletir em vários momentos sobre certezas e opiniões, mas o que mais me marcou e provavelmente vai ser uma citação que sempre vou lembrar é: “Alguns infinitos são maiores que outros”. E esta é, para mim, a maior lição e a maior beleza de ACEDE.

Deixo para vocês a missão de também se emocionar com a história de Hazel, e de tentar descobrir quais são os tamanhos de seus infinitos particulares.

E agradeço à Lygia, do Brincando com Livros, por me “forçar” a passar o livro na frente de outros. Você faz parte deste infinito.


Até a próxima! o/

Onde comprar: Amazon (compras feitas através do link geram uma pequena comissão ao blog ^.~)

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1 comentário

  • Responder Lygia 13 abr 2013 at 01:09

    E agradeço à Lygia, do Brincando com Livros, por me “forçar” a passar o livro na frente de outros. Você faz parte deste infinito.

    Really? MORRI!! <3
    Gus e Hazel são amor e vc não poderia deixar de ler! Sim, a gente sabe o que vai acontecer, mas é tão tão acompanhar tudo de perto…JG é fantástico em ACEDE. Fiquei mt feliz em acompanhar seus surtos no talk!
    SUALINDA! <3

    Obrigada por deixar fazer parte dele! ^^

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