resenha

A Morte da Luz – George R.R. Martin

2 dez 2012
Informações

A Morte da Luz

George R.R. Martin

leya

série ---

336 páginas | 2012

3.25

Design 3

História 3.5

14

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Primeiro livro escrito por George R. R. Martin, autor da renomada série As Crônicas de Gelo e Fogo, foi premiado com os principais prêmios do mundo de fantasia e ficção científica. Desde essa primeira história o autor já mostra o que o tornaria mundialmente famoso, seus personagens que não são nem vilões, nem heróis, mas sim seres complexos como todos nós. Um planeta está prestes a morrer, seu caminho se afasta das estrelas que trazem vida àquele lugar. Suas 14 cidades, construídas rapidamente quando o planeta passou por perto de uma grande estrela, também estão moribundas. Worlorn não é o planeta que Dirk t’Larien imaginava, e Gwen Delvano não é mais a mulher que conhecera. Ela está ligada a outro homem e a esse planeta moribundo preso no crepúsculo, seguindo em direção à noite sem fim. Em meio à paisagem desoladora, há um violento choque de culturas, no qual não há códigos ou honra e uma batalha se espalhará rapidamente.

Design

Já deu para perceber que dei uma nota mediana para o design. “Mas como?! Olha essa capa do Simonnetti! Tá maluca?!” Como eu já disse algumas vezes, a capa não é tudo em um livro, não é?

Em A Morte da Luz a capa é estupenda, como todas as outras produzidas para os livros do Martin. A ilustração é impecável e passa exatamente a sensação melancólica e desoladora da narrativa. Para variar, o nome do autor está ali “gritando” no meio da capa, mas eu confesso que gosto. E entendo que o importante é trazer de volta o leitor que gostou de Guerra dos Tronos, mantendo um mesmo estilo reconhecível com os da série.

As orelhas são grandes e continuam a ilustração, e inclusive na orelha do verso da capa tem uma bossinha/agradinho para o leitor. Um marcador de O Trono do Sol destacável! Eu confesso que não pretendo soltar o meu porque tenho medo de que o picote não funcione direito e acabar machucando a capa.

Agora, vamos ao problema deste projeto gráfico: o miolo. Me acompanhem! As margens são boas, bem espaçadas. As aberturas de capítulo tem uma fonte agradável e a utilizada no texto em si é boa para a massa de leitura. Entretanto neste projeto ela parece estar com tamanho de pelo menos 14 pontos e a entrelinha mínima para que uma linha não sobreponha a seguinte. É muito incômodo para leitura, não tem respiro entre as linhas, não é arejado.

Da primeira vez que folheei o livro fiquei extremamente decepcionada quando vi essa escolha de design. Com uma fonte menor e uma entrelinha mais arejada era capaz de ter esse mesmo volume total de páginas com uma qualidade melhor na experiência de leitura.

Engraçado que quando você chega ao glossário, no final do livro, você percebe como deveria ter sido produzido todo o conteúdo. A sensação que fica é que se pegou esta estrutura do glossário, se aumentou o tamanho da letra sem se preocupar em balancear a entrelinha final. Uma pena.


História

Quando a Editora Leya lançou A Morte da Luz eu estava no meio da leitura de algum dos livros da série As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin. Isso fez com que o livro gerasse altas expectativas e entrasse automaticamente para minha lista de “desejados” e de “próxima compra”.

Aconteceu de ele ser uma das opções do mês de outubro para solicitação de parceria e eu venho contar para vocês que para um primeiro livro, de quem quer que fosse, é muito legal. Mas pro primeiro livro do George R.R. Martin é um pouco frustante.

Para aqueles que já tiveram a oportunidade de ler algum dos livros das Crônicas, ou até  mesmo viu alguma temporada do seriado da HBO, sabe quão intrincados e profundos são os personagens de Martin. E é fácil você tomar partido ou se identificar com algum. Mas eu não consegui gostar de nenhum personagem em A Morte da Luz. De qualquer forma, conforme a história prossegue, você passa a torcer por este ou aquele, mas sem realmente se importar com eles.

Gosto quando os autores não datam seus futuros. Ou quando o fazem é uma “data estelar”, que não tem nenhuma referência com a nossa contagem de tempo. Isso faz com que seja um futuro improvavelmente distante.

Martin cria um cenário desolador para sua história. Um “planeta” que vaga pelo universo e que foi palco de um festival organizado por alguns planetas próximos da rota em que ele passaria. Um sistema de seis estrelas/sóis e mais um sol gigante vermelho, que tem vários nomes e que eu sempre confundia um deles com o do Satan Goss, do Jaspion.

A história se passa alguns anos depois do fim do festival, quando o planeta continua sua rota imprevisível pelo universo e se afasta do sistema estelar, entrando em um quase eterno crepúsculo.

Dirk t’Larien vai para Worlorn tentando cumprir uma promessa e acredita que talvez consiga reatar antigos laços, mas acaba encontrando um cenário totalmente diferente. Sua amada Gwen dividida entre dois homens com culturas “selvagens”; conterrâneos destes homens caçando pessoas que ainda permanecem no planeta; e muita melancolia.

A história é um pouco confusa no começo quando o autor está apresentando os personagens, a expansão dos humanos pelo universo, e como em cada planeta uma faceta diferente de cultura e sociedade se desenvolveu. Muita informação, pouco tempo para absorver. Você não entende o que Dirk fazia, ou porque foi chamado para Worlorn.

No meio, uma reviravolta joga a tensão lá no teto, e você passa a ficar ansioso acompanhando o desenrolar e torcendo para que Dirk se dane de alguma forma, junto com a Gwen. Desculpem, mas os dois são muito chatos. u.u

No terço final até a resolução da história dá outra esfriada e o pior de tudo acontece. Martin fez um livro com final aberto! Sério?! Acabou a inspiração? Em alguns momentos eu só estava lendo porque queria saber do planeta, e o autor me deixa um final aberto…

Nem tudo se perde no livro, obviamente. A filosofia que Jaantony e Gwen explicam para Dirk sobre nomes, e como você é um reflexo dos que você usa ou que as pessoas te dão é muito interessante e, para mim, fez total sentido. Pena que não fez para o Dirk que continua trocando tudo quando se trata da Gwen.

Então, os personagens não tão carismáticos e um final não resolvido me fizeram não gostar tanto de A Morte da Luz. Mas é inegável que tudo que o Martin faz de melhor hoje em As Crônicas (a política, as batalhas de diálogos, as filosofias, os personagens potencialmente interessantes) já tinham sua semente plantada desde sua primeira obra.


Até a próxima! o/

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