resenha

Anaíd e o clã da loba, Anaíd e o deserto de gelo – Maite Carranza

9 ago 2011
Informações

anaíd e o clã da loba, anaíd e o deserto de gelo

maite carranza

mundo editorial

série guerra das bruxas #1 e #2

704 páginas | 2010

4

Design 3.5

História 4.5

Anaid e o Clã da Loba: Desde tempos remotos, os clãs das bruxas Omar viveram escondendo-se das sanguinárias bruxas Odish e esperando a chegada da eleita pela profecia. Agora os astros confirmam que o tempo está próximo. Anaíd viveu durante seus catorze anos alheia aos segredos que afetam a sua família, até que o misterioso desaparecimento de sua mãe, Selene, a ruiva, a põe frente a frente com uma verdade tão apavorante como incrível e a obriga a percorrer um longo caminho coalhado de perigos e descobrimentos.

Anaid e o Deserto de Gelo: A profecia enfim se concretizou. Agora os clãs das bruxas Omar esperam que Anaíd, a eleita e dona do cetro do poder, acabe de uma vez com as sanguinárias bruxas Odish. Mas Anaíd tem só quinze anos, está apaixonada e nunca pareceu tão frágil frente aos perigos que a rodeiam, tanto que se vê obrigada a fugir em companhia de Selene, sua mãe. Ao longo dessa viagem desesperada e perigosa, Anaíd conhecerá a lenda que se criou em torno de Selene durante sua juventude louca e rebelde e finalmente lhe será revelado o segredo da sua origem e de seu nascimento. Anaíd nasceu numa dura terra de gelos, sendo filha da neve e irmã da ursa. Mas essa verdade não poderia se mais assustadora.

Falando da pontuação em primeiro lugar, infelizmente tive que tirar pontos do Design dos livros por causa da capa. A coisa mais importante para que eu compre um livro é uma capa bonita. Ultimamente tenho visto editoras fazendo capas maravilhosas para seus lançamentos e, inclusive, dando aos leitores a possibilidade de escolher a que mais gosta. Lá fora, capas ilustradas são extremamente bem desenhadas e acabadas e para livros de fantasia são sempre bem requisitadas. Mas a escolha do ilustrador não foi muito feliz no caso da série da Guerra das Bruxas. A primeira é um pouco melhor que a segunda, mas ambas pecam no quesito acabamento. A sensação é que a ilustração ainda não foi terminada. Já o miolo do livro está muito bem acabado, o livro é leve, mas achei a mancha um pouco pequena pro tamanho da folha. Não sei se foi para aumentar o número total de páginas, mas isso não impediu que a leitura fosse fluida e rápida.

Uma coisa que venho procurando há bastante tempo desde que estudei sobre a Jornada do Herói, era uma heroína que se encaixasse no papel principal de uma história de “ação” mas que não se tornasse com isso masculinizada. Muitos livros que já li de romances, chicklits, ficção científica, seguem a Jornada com uma personagem feminina desenvolvendo mais o lado psicológico e dramático da heroína, mas elas sempre costumam ser frágeis e acabam sendo “salvas” por seu interesse amoroso. Ou, ela é tão auto-suficiente que beira à masculinidade e a independência. De certa forma, Maite Carranza me mostrou que sim, é possível construir uma heroína que mantém sua feminilidade e é forte e decidida.

Anaíd é o tipo de personagem com que tenho mais facilidade de identificação já que ela sofre da “síndrome do patinho feio”. Tem 14 anos e é a mais baixa, mais feia, mais sem graça e rejeitada por todos os amigos na escola. E ao mesmo tempo, é inteligente, bem articulada e totalmente alheia ao destino que foi “traçado” para sua vida. Quando sua mãe desaparece depois de um ano da morte de sua avó, Anaíd é apresentada ao mundo das bruxas,  e descobre que sua mãe nunca a iniciou como parte do clã. Depois de seu desparecimento, os poderes de Anaíd começam a aflorar e impressionam todas as Omar de seu clã.

Os livros de Maite Carranza tem uma mitologia própria para as bruxas. Existia a mãe de todas as bruxas, O (esse é o nome da “deusa”!). Ela teve duas filhas, Od e Om, mas Od era invejosa e roubou a primeira filha de Om para si. A partir daí as duas irmãs tornaram-se inimigas sendo que as Odish, descendentes de Od, são imortais, belicosas, e alimentam-se do sangue de outras bruxas e de meninas mortais para manterem-se jovens. As Omar, descendentes de Om, são mortais, vivem em harmonia com os quatro elementos da natureza e se dividem em clãs com totens de animais que as representam (confesso que ler sobre o clã da perua foi engraçado).

O primeiro volume, O Clã da Loba, é um livro de apresentação da mitologia das bruxas, da profecia de O, que afirma que nascerá uma bruxa de cabelos vermelhos e que será a escolhida para acabar com a guerra entre as duas facções. Tudo no livro leva a crer que a mãe de Anaíd, que foi sequestrada por bruxas Odish, é a eleita. Por isso, Anaíd decide salvar sua mãe, mesmo que todas as bruxas Omar não apoiem sua decisão.

O segundo volume, O Deserto de Gelo, é basicamente um prequel para a história como um todo. As perguntas não respondidas do primeiro livro, a história de Selene, mãe de Anaíd, e uma maior explicação sobre as bruxas Omar, com apresentação de outros clãs. O legal desse livro é que você acompanha não Anaíd, que aparece nos momentos de “fim de flashback”, mas a juventude de sua mãe, e como ela quer mostrar com seus erros e escolhas o real papel que sua filha tem no mundo das bruxas.

Sem contar spoilers para não estragar surpresas, os dois livros são muito bons. São extremamente femininos na medida que os personagens masculinos praticamente não existem; só são apresentados o interesse amoroso e o pai de Anaíd. A maneira como a autora escreve é dinâmica e agradável de ler. Muitas vezes eu não percebia que estava passando as páginas do livro de tão imersa que estava na história. Fazia tempo que não via um sumário e capítulos com títulos, mas achei divertido tentar adivinhar sobre o que a história ia tratar só lendo a abertura.

A série é uma trilogia e até o momento só temos os dois primeiros volumes lançados aqui no Brasil. Recomendadíssimo!

Até a próxima! o/

Livro que estou lendo agora: A Guerra dos Tronos  (no Skoob)

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