resenha

O Testamento – Eric van Lustbader

25 jun 2011
Informações

o testamento

eric van lustbader

sextante

série ---

448 páginas | 2008

4

Design 4

História 4

Durante séculos, uma seita secreta fundada por seguidores de São Francisco de Assis – a Ordem dos Observantes Gnósticos – guardou um segredo que poderia transformar para sempre a história da humanidade. Mas agora a segurança desse legado está nas mãos de um homem e uma mulher que mal se conhecem.

Braverman Shaw nunca perdoou o pai, Dexter, por levar uma vida distante e enigmática. Mas ele não imaginava a gravidade dos segredos que Dexter escondia – até que, durante uma tentativa de reconciliação, o pai foi brutalmente assassinado.

Ainda atordoado pelos acontecimentos, Braverman descobre que seu pai era membro do alto escalão da Ordem dos Observantes Gnósticos, uma centenária organização secreta cuja missão era preservar documentos sagrados capazes de causar um verdadeiro caos no mundo se caíssem em mãos erradas.

Envolvido numa teia de mistério e perseguição, Braverman se vê diante de incompreensíveis pistas deixadas por seu pai para levá-lo ao esconderijo do Testamento de Cristo – um evangelho apócrifo e a Quinta-essência, a lendária substância que possibilitaria a vida eterna.

Em sua luta frenética para escapar da morte e, ao mesmo tempo, encontrar repostas para suas perguntas, Braverman é auxiliado pela jovem Jenny Logan, Guradiã da Ordem treinada para protegê-lo. Mas, pouco a pouco, ele percebe que não deve confiar em ninguém e que o perigo pode estar onde ele menos imagina.

Numa trama tensa, repleta de suspense e ação ininterrupta, Eric Van Lustbader conduz o leitor por uma vertiginosa viagem por grandes segredos da história, da política e da religião e pelos mais sombrios sentimentos humanos.

O Testamento faz parte de um gênero de livros que, apesar de não comprar muito, eu particularmente adoro ler. Acredito que os primeiros romances policiais que li foram os escritos pela insuperável Agatha Christie e seus detetives não muito convencionais. Depois da Dama do Crime, o primeiro nome que vem na mente é Dan Brown e seus ótimo Código Da Vinci.

É um estilo de que gosto muito apesar de seus clichês (herói, mocinha, moço mau, traição, enigmas, reviravolta no final não tão surpreendente assim). E O Testamento não foge muito à regra. Na verdade, quase fugiu porque o autor deixou pra resolver quase todos os problemas nas últimas 60 páginas do livro, fiquei com medo de uma solução a la “deus ex machina”. E apesar de a solução ser apressada e quase jogada na cara do herói, porque a gente já sabia faz tempo, eu consegui comprar a explicação.

A história gira em torno de duas ordens religiosas com visões opostas da “verdade” e do seu uso. Braverman Shaw foi criado para ser o sucessor do seu pai e de sua posição dentro da ordem “boa”, que resistiu até hoje. Quando seu pai morre, Braverman passas a ir atrás das pistas deixadas por ele para encontrar o segredo de sua ordem, antes que seus inimigos o encontrem primeiro e façam mau uso dele. Então, quando ele cai matando seus adversários, ou decifra códigos impossíveis de serem entendidos numa explicação de um parágrafo, você tem certeza que o treinamento dado pelo pai ausente foi realmente muito bom. Esse é um dos problemas do livro: se você quer entender a explicação de como o herói decifrou algum código, você precisa parar a leitura e tentar seguir a explicação que o autor dá, uma grande diferença pro Código Da Vinci, da mesma editora brasileira. Acredito que o material original também não tenha esse facilitador de tabelas, gráficos e “ilustrações” para que os leitores possam ter uma maior imersão e compreender melhor o progresso do herói.

Eric van Lustbader é um tremendo escritor. Consegue construir ótimas cenas de lutas com descrições explícitas de movimentos e golpes que são facilmente mentalizados/visualizados. Seu texto é fluido, seus personagens evoluem e são convicentes. Quando descreve o relacionamento entre seus heróis, Braverman Shaw e Jenny Logan, beira o puritanismo, deixando as cenas mais “quentes” para os personagens que são os vilões da história.

Incrivelmente o que me fez comprar o livro não foi a capa, que particularmente achei bem feinha (o Design ganhou 4 pela ótima diagramação do miolo do livro. A Sextante sempre faz um ótimo trabalho com seus miolos); nem o autor, que antes desse livro eu nem sabia quem era. Foi a frase embaixo do título na capa. Adoro quando autores visitam segredos e/ou conspirações da humanidade e desenvolvem histórias coerentes. Tentar explicar Jesus e alguns percalsos que a igreja católica passou ao longo dos séculos, supostamente escondendo informações, é sempre legal de se ler. Só senti falta do desenvolvimento dessa parte de conspiração e segredo na história, que eu não achei que foi bem amarrado. O livro vira uma narrativa de perseguição, traição e fugas e o que eu gostaria de saber mesmo, que é o que está escrito no evangelho de Jesus (isso não é um spoiler!), não acontece.

Com bom encadeamento de capítulos, O Testamento é uma ótima diversão pra você que assim como eu, gosta de uma história de detetive e se amarra em explosões, perseguições e ações improváveis.

Até a próxima! o/

Livro que estou lendo agora: O Herói Perdido – Rick Riordan (no Skoob)

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