bate papo

mulher macho, sim sinhô!

15 abr 2010

Hoje voltando pra casa do trabalho com meu pai vim pensando sobre mulheres.

Estou terminando de ler a coleção Deixados para Trás do Tim Lahaye. No volume em que estou, uma das personagens femininas principais morreu. E eu dei graças a deus! Como ela era chata; uma personagem fraca! Não queria aceitar os comprometimentos que tinha feito ao longo da história. Ficou mais parecendo um personagem “da cota”, por que se a história girasse em torno só de personagens masculinos talvez não atingisse todos os leitores.

E isso me levou a pensar em por que as mulheres não funcionam como personagens principais de aventuras/ação. Os exemplos que eu me lembro são, a maioria, de jogos que foram (alguns) posteriormente transformados em filmes: Lara Croft, a mulher do Resident Evil, a do Heavenly Sword, a Sonja, a tenente Ripley de Alien… O que todas têm em comum? São praticamente homens de saias.

Heroínas femininas só funcionam em histórias de mela-mela? Por que elas não são verossímeis como personagens em enredos de aventura/ação?

Isso tem me perturbado bastante. No curso de jornada literária que eu estou fazendo, escolhi desenvolver uma heroína para a minha história. E agora eu não tenho mais certeza se foi uma boa escolha, ou a escolha correta. Eu não queria que ela fosse mais uma mulher-macho. E também não queria que ela se transformasse em uma Bella do Crepúsculo, indefesa e babante pelo objeto de adoração (apesar de eu ter, sim, gostado do livro. Perdoem-me se ainda tenho 14 anos mentais).

Qual seria a mistura correta para criar uma personagem feminina que sustentasse uma história e que continuasse sendo uma mulher, ponto. Porque eu não sei se conseguiria escrever na “pele” de um rapaz. Não seria “verdadeiro”.

Talvez eu só descubra se eu consigo criar a mulher “certa” quando começar realmente a desenvolver minha história. E espero que não vire uma grande decepção.

Medo… O.O’

Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Rodrigo Pereira 17 maio 2010 at 23:19

    Samara, vc vai saber quem fala qnd olhar o twitter.
    Então: acompanhei com vc essa história no curso do Spohr, e tb fiquei meio encucado com a impossibilidade do “herói-feminino”, da necessidade da heroína ser um machão de saia e tal.
    Estamos presos, infelizmente a um mundo de arquétipos, e pré-conceitos (no sentido de conceitos existentes no nosso próprio subconsciente), e geralmente esses conceitos apontam que o homem é o ser de ação enquanto a mulher é o ser de emoção; o yin-yang e tudo mais. Acho que, dentro dessa lógica, acabamos tendo que dar o braço a torcer. Para uma mulher vir a se tornar heroína, ela precisa arregaçar as mangas (ou descer do salto, no caso) e sair para conquistar, o que é um papel masculino, ou pelo menos, é o que vemos como um papel masculino.
    Agora, acredito porém que se vc conseguir criar uma história onde os conflitos se desenvolvem tanto no plano emocional quanto no plano físico, ou onde o embate é mais “cerebral”, pode ser que uma personagem feminina seja melhor aceita. Eu aconselho ver a refilmagem de Romero “A Noite dos Mortos-Vivos” de 1990 (sim, é um filme de zumbis, mas calma aí q eu vou chegar lá). Nesse filme tem uma personagem, o filme começa com ela correndo e gritando, mas só no final nos damos conta q ela é o herói da história. Ela não é uma mulher macho (tirando o cabelo curto): ela rgita, chora, se desespera, mas no final das contas ela é a única que, mesmo desesperada, sobrevive e evolui. Vale a pena dar uma olhada pq esse é um personagem feminino que pra mim sai do arquétipo de homem de salto, e tb não é uma heroína de comédia romantica.
    Toda essa volta foi só pra dizer que, se você quiser fazer uma história com uma heroína, vc pode fazer. Vai ser difícil: sangue, suor e lágrimas; mas se a sua história se sustenta, se o personagem é interessante, acho que dá pra levar sim.

  • Responder Gabriel 15 abr 2010 at 23:19

    Oh, que filosófico… tem um exemplo bom sobre isso: She-ra! Adora era um pé no saco; até virar mulher macho… no mesmo perfil temos xena… é, tá difícil encontrar um exemplo fora disso…
    Não lembro direito, mas acho que As Panteras não eram tão mulher macho, pelo menos não todas… seguindo mesmo etilo tem as meninas super poderosas.
    Entre Bella e Xena deve ter alguma personagem legal; uma aventureira bem equilibrada.
    Continua escrevendo que ela fica do seu jeitinho. :3

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