resenha

Gênesis – Bernard Beckett

11 fev 2010
Informações

gênesis

bernard beckett

intrínseca

série ---

176 páginas | 2010

3.5

Design 4

História 3

10

Na ocasião em que a Terra foi arrasada pela Peste, os sobreviventes reuniram-se em uma nova sociedade. Separados do mundo exterior por uma cerca em pleno oceano, vivem em absoluto isolamento – aviões que se aproximam são abatidos; refugiados, executados. Até que um soldado escolhe romper com as regras e, em vez de disparar, resgata das águas uma menina. Seu nome é Adam Forde. Ele muda para sempre o curso da História.

Anaximandra, uma jovem de 14 anos, estudou a fundo esses dados históricos. Numa sala com pouca luz ela está sentada diante de três Examinadores para uma exaustiva prova de quatro horas. Adam Forde, seu herói, morto há bastante tempo, é o tema do exame. Se aprovada, ela será admitida na Academia – a instituição de elite que governa aquela sociedade utópica. Anax, porém, está prestes a descobrir que nem tudo consta dos registros acadêmicos. Há fatos, imagens, arquivos a que nem todos têm acesso. Antes que a avaliação termine, virão à tona o obscuro segredo da Academia e a realidade assustadora daquele admirável mundo novo.

Inquietante e de uma ingenuidade encantadora, Gênesis conduz a um futuro em que antigas – e eternas – questões filosóficas se chocam com o avanço tecnológico – quando o significado de ser humano, ter consciência e ter alma tornam-se questões centrais.

Então vamos começar!

Eu sou naturalmente uma pessoa bastante visual, então, quer que eu compre um livro é só ele ter a capa bonita! E esse foi o caso com Gênesis. E também o fato de eu estar em um momento lovelove com a Editora Intrínseca por causa de Percy Jackson.

O livro é bom, só dei 3 pontos porque eu fiquei levemente frustada. O que a capa, o resumo da 4ª capa e as orelhas me venderam não foi exatamente o que eu recebi durante a leitura. Não era bem o que eu estava esperando.

Estamos em um futuro (detalhe para o UM, não temos noção de tempo). A sociedade como conhecemos não existe mais e a que se formou é perfeita e utópica. Acompanhamos Anaximandra, uma estudante que pretende entrar na grande Academia. Para isso, ela passa por arguições sobre um tema escolhido. No caso de nossa personagem, a história de Adam Forde, um revolucionário.

O livro tem uma narrativa diferente. Você conhece a história através da prova que Anaximandra está prestando. Por isso, quase não se tem descrições e é praticamente o diálogo entre ela e os Examinadores (aqui, talvez a gente perceba um pouco da influência do Isaac Asimov que, em alguns de seus livros, contrói narrativas baseadas somente em diálogos). Assim, descobrimos que em algum momento do passado, as grandes potências entraram em guerra, mas um grupo de pessoas conseguiu se salvar em uma ilha em algum lugar do mundo, levando tecnologia para este lugar. Eles acreditam que um vírus foi disseminado durante a guerra e constroem uma cerca em volta da ilha para protegê-la da tentativa dos refugiados da guerra biológica entrarem. Além disso, qualquer embarcação ou avião que se aproxima é abatido.

A sociedade acaba se dividindo em castas –  trabalhadores, soldados e filósofos (acho que tinha mais uma mas não estou lembrando) – e todos são testados ao nascer e criados na classe que mais se encaixa ao seu genoma.

O futuro perfeito em que Anaximandra se encontra começa a ser formado nesse momento, quando Adam Forde, um soldado que vigia a orla, resolve salvar um menina que se aproxima da cerca. Como punição, Adam é forçado a interagir com um andróide, Art, para que este aprenda e programe ainda mais sua inteligência artificial.

A prova de Anaximandra é focada principalmente na relação entre Adam e Art.

Com um final que seria surpreendente, se eu não tivesse descoberto antes, o livro trás considerações sobre o que é ser humano, sobre o que é uma idéia e pensamento, sobre consciência e cérebro, bem interessantes.

O livro bebe na mesma fonte de Matrix e Ghost in the Shell, então dá pra ter uma idéia do que esperar da leitura.

SPOILERS – estragando a surpresa!

Leia a parte abaixo por sua conta e risco. “Sublinhe” com mouse para mostrar o texto.

Então, o fim que eu descobri no meio é que no futuro, todos são andróides. Enquanto Adam e Art estão presos, eles formulam um plano para fugir, mas Art tem idéias próprias, e através de um link com um computador, dissemina seu banco de dados pela rede, instruindo o computador a construir réplicas de si mesmo.

Com isso, os andróides entram em guerra com os humanos, e no fim só sobram os andróides. E, todos que se interessam pela história de Adam Forde, como Anaximandra, estão com um defeito. Foram infectados pela Idéia. Quando a academia indentifica um indivíduo desses, eles fazem a prova sobre a história, e se se comprova que o andróide está infectado, ele é eliminado.

Ou seja, o livro acaba com Anaximandra morta. Uhn… Okei.

Agora, a única coisa bizarra. Art foi construído com forma de orangotango significando que os andróides da sociedade que se formou, são todos orangotangos… ¬_¬ Acho que não gosto de macacos… XD

Livro que estou lendo agora: Fundação – Isaac Asimov

Até a próxima! o/

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7 Comentários

  • Responder lançamento da editora leya | Parafraseando Livros 8 fev 2012 at 22:54

    […] mesmo, a sinopse me interessou e minha única experiência com futuros distópicos até agora foi Gênesis (minha primeira resenha aqui no blog, lembra? :) […]

  • Responder lançamento da editora intrínseca – Belas Maldades | Parafraseando Livros 23 set 2011 at 20:40

    […] lança é muito legal de se ver. Além disso, a primeira resenha que fiz aqui no blog foi do livro Gênesis da […]

  • Responder Cadorno Teles 27 jul 2010 at 19:34

    Olá,

    Parabéns pela crítica. Entre em contato para conversarmos sobre uma revista literária.

    No aguardo de seu contato,

  • Responder broba 8 jul 2010 at 16:53

    Putz, adorei sua resenha. Eu tinha ficado na dúvida se Anaximandra era androide ou humana. Reli o capítulo duas vezes e a dúvida ainda persistiu.
    A impressão que tive era que ela era humana e durante o exame da Academia, eles notaram isso, e por isso, a eliminaram. Enfim, como eu disse, ainda fiquei na dúvida, no entanto, gostei do livro.
    Concordo ctg sobre a capa e os textos na orelha e atrás do livro: não são nada parecidos quando vc começa a ler o livro, tanto que eu nem tinha ideia do que o livro se tratava.

    • Responder samaima 8 jul 2010 at 17:03

      Oi Broba. Obrigada por passar por aqui. Que bom que você gostou da resenha. Ando meio devagar no blog mas espero em breve colocar a resenha para Contato [Carls Sagan] e A Hospedeira [Stephenie Meyer].

  • Responder diogozk 25 abr 2010 at 14:58

    Nós, da biblioteca virtual “Luar na laje”, tomamos a liberdade de resumir e publicar seu artigo sobre o “Gênesis” em nosso site.
    Visita a gente.
    http://www.luarnalaje.wordpress.com
    Ficaríamos muito felizes se você se tornasse nossa sócia e pedisse nossos livros. Chegam pelo correio e o custo é zero.
    Abraço!

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